Em 2023, a Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril realizou, das 350 propostas recebidas, “mais de 90 iniciativas próprias e em parceria, incluindo sete exposições, seis edições de obras, 20 colóquios e conferências, sete espetáculos, 19 projetos educativos ou ações nesse âmbito, dois concursos, um documentário, 40 visitas guiadas e 15 dossiês multimédia.”, segundo informou a própria comissão.
“O ano de 2023 foi de intensa atividade. A par da preparação das Comemorações em 2024, a Comissão desenvolveu um conjunto amplo e diversificado de iniciativas, dedicando especial atenção ao ensino e à educação, com a preparação de programas e iniciativas de intervenção junto dos públicos escolares e universitários. Acreditamos que demos um contributo relevante para mobilizar várias entidades e gerações em torno de um maior conhecimento sobre a fase final da ditadura e o surgimento da Democracia, e para ampliar a consciência coletiva sobre a importância de preservar essa grande conquista de Abril”, afirma Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva.
A comissão atribuiu em 2023 mais de 2 milhões de euros para apoio às Artes (Arte pela Democracia), ao Cinema e Audiovisual (Cinema pela Democracia), à Investigação (Ciência pela Democracia) e à criação literária (“um programa especial de bolsas de criação literária para ensaios centrados na temática do 25 de Abril de 1974”).
A primeira edição do concurso Arte pela Democracia selecionou um total de 45 projetos artísticos, que abrangem todo o país, “nas áreas das artes visuais (arquitetura, artes plásticas, design, fotografia e novos media); artes performativas (circo, dança, música, ópera e teatro); artes de rua; e cruzamento disciplinar”.
Foram apoiados projetos como a peça de teatro “Guião para um país possível”, de Sara Barros Leitão; o projeto “Cantar Mais Liberdade” com curadoria do músico Vitorino Salomé; a peça “Ir a Salto”, de José Carretas; o podcast “Não sou Marcela mas também faço política”; o projeto musical “A Força (o poder) da palavra - Um Canto a José Mário Branco” do grupo Canto Nono; ou o documentário “Novíssimas Cartas Portuguesas”, da produtora Irina Pampim e da professora Cecília Honório. Os restantes projetos vencedores e os próximos eventos podem ser consultados aqui 50anos25abril.pt/arte-pela-democracia.
Iniciativas para este ano serão anunciadas a 7 de fevereiro
Já os projetos apoiados nas áreas do Cinema e Investigação serão “conhecidos durante o primeiro semestre deste ano. A primeira linha tem uma dotação orçamental de 790 mil euros; a segunda, de 500 mil euros.”
As iniciativas dos 50 anos da Revolução dos Cravos serão conhecidas em 7 de fevereiro, segundo informou a comissária à Lusa.
“Há linhas de força que vão continuar como esta nossa preocupação de produzir conteúdos disponibilizados para todos na Internet e publicações e outros recursos que são fornecidos gratuitamente a toda a gente”, disse a professora e historiadora.
A comissão que de 2022 a 2026 é responsável pelas comemorações do cinquentenário da revolução portuguesa de 1974 já organizou mais de 90 iniciativas como conferências, colóquios, exposições dossiês digitais, edições, iniciativas educativas, espetáculos ou sessões com documentários.
Este ano, as comemorações dos 50 anos estarão centradas no "Movimento dos Capitães, o Movimento das Forças Armadas e as Forças Armadas” pelo seu papel “na Descolonização – o primeiro ‘D’ do programa do MFA – e na preparação do processo eleitoral, momento fundamental na construção da democracia.”, lê-se no site da comissão. Em 2025, o foco estará no segundo ‘D’ do programa do MFA (Democratização), sobre as primeiras eleições livres em Portugal, para a Assembleia Constituinte, realizadas a 25 de abril de 1975. Por fim, em 2026, o mote será o terceiro ‘D’ do Programa do MFA (Desenvolvimento), tendo “como referência a aprovação da Constituição e as portas abertas pelo ciclo eleitoral de 1976”.