Moçambique

Multiplicaram-se os bloqueios de estradas enquanto a revolta cresce, potenciada pela circulação das imagens de um atropelamento de uma manifestante por um carro blindado. ONU pede investigação. UE condena “uso excessivo da força”.

Após uma eleição marcada por denúncias de fraude, o governo moçambicano respondeu com repressão brutal aos protestos populares. Dois jovens moçambicanos a viver no Brasil falam sobre a realidade política e social do seu país.

Na audição com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Marisa Matias pediu garantias de o Governo “não reconhecerá  nenhum resultado eleitoral que não traduza a vontade popular”. Em Maputo, centenas de profissionais de saúde exigiram: “Parem de matar o nosso povo”.

Comissão Política do partido no poder emite comunicado a festejar vitória nas eleições autárquicas. ONG repudiam violência policial contra manifestantes e detenções arbitrárias e pedem responsabilização. Enquanto os protestos continuam, surgem mais indícios de fraude eleitoral.

Na sexta-feira, cidades como Nacala, Nampula e Maputo viveram momentos de muita violência, que se saldaram em seis mortos e dezenas de feridos nas manifestações de contestação aos resultados das eleições autárquicas de 11 de outubro. HRW denuncia uso de balas reais pelas forças de segurança.

Foram aprovados todos os resultados das eleições autárquicas de 11 de outubro, com a Frelimo a ganhar em 64 dos 65 municípios. Renamo e MDM falam em resultados manipulados. Pedido de impugnação já foi entregue. Manifestação de protesto foi reprimida com gás lacrimogéneo.

Oposição contesta resultados provisórios das eleições autárquicas de 11 de outubro e os tribunais e o Conselho Constitucional reconhecem irregularidades. Consórcio eleitoral da sociedade civil denuncia que o processo “não foi transparente, íntegro e imparcial”.