Um estudo coordenado pelo ex-secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, do Observatório das Crises e Alternativas, demonstra que se aos dados do INE se somar os “desencorajados”, subempregados, os ocupados em programas do IEFP e os emigrantes em idade ativa, chega-se a um total de 1,677 milhões de pessoas desempregadas, ou seja, a uma taxa de 29,1 por cento.
O que são “desencorajados” e subempregados?
Por subemprego entende-se todo o trabalhador a tempo parcial, que estando disponível para trabalhar mais horas não o consegue fazer, por não encontrar um emprego a tempo inteiro. No ano passado, segundo o INE, eram 245, 4 mil pessoas.
Os “desencorajados” dividem-se em duas subcategorias. Os indivíduos que procuram trabalho mas, por algum motivo, acabam por não reunir as condições de disponibilidade para aceitar o emprego (27 mil), e os que estando dispostos a trabalhar, não procuraram emprego de maneira diligente (273 mil). Tudo somado, em 2014, eram 300 mil pessoas.
Se somarmos os “desencorajados” aos subempregados compõe-se um grupo de 546,6 mil pessoas. Se juntarmos este grupo à taxa de desemprego do INE (13,9 por cento, 726 mil), descobre-se que o desemprego em Portugal é muito superior ao que as estatísticas apontam, ou seja, 1, 272 milhões de pessoas, 22 por cento da população ativa.