Não são conhecidas as contrapartidas do acordo entre o governo português e a administração norte-americana relativamente à situação laboral dos trabalhadores portugueses na Base da Lajes.
O acordo realizado entre o governo português e a administração norte-americana relativamente à situação laboral dos trabalhadores portugueses na Base da Lajes, não está disponível para consulta, nem foi revelado previamente aos trabalhadores, denunciou o Bloco de Esquerda dos Açores.
José Cascalho, do Bloco de Esquerda na ilha Terceira, reuniu-se com dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores (SABCES), e ficou a saber que não são conhecidas as contrapartidas deste acordo, lembrando que pode estar em jogo a cedência da Base das Lajes para treino militar de aeronaves de última geração, cujo impacto é ainda desconhecido.
Em comunicado à imprensa, o Bloco de Esquerda/Açores afirma-se solidário com a preocupação dos trabalhadores.
Segundo o texto divulgado, "o novo acordo, já assinado pela Comissão Bilateral sem que tenham sido ouvidos os representantes dos trabalhadores, não teve em conta as suas pretensões no que diz respeito à defesa dos seus direitos nos conflitos laborais, nem garantiu a manutenção do contingente de trabalhadores portugueses na base das Lajes."
Em vez disso, "o novo acordo prejudica os trabalhadores, alterando a forma como o cálculo do aumento do salário é realizado. Em média os trabalhadores portugueses na Base das Lajes ganham metade do salário para uma mesma função realizada por um trabalhador de nacionalidade americana."
Já o Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores afirma que o actual acordo é o pior desde 1995 e que as entidades oficiais portuguesas não se podem esquecer de defender os direitos dos trabalhadores portugueses na Base das Lajes.
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