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Moçambique: braço armado da Renamo coloca em causa acordo de paz
No início do mês, o terceiro acordo de paz em 40 anos entre os dois grandes partidos moçambicanos, a Frelimo e a Renamo, era saudado como um passo histórico. O Presidente da República, Filipe Nyusi, e o chefe da oposição, Ossufo Momade, tinham assinado um documento que jurava a “cessação das hostilidades militares”. A grande questão do acordo era a integração dos guerrilheiros da Renamo nas instituições militares e policiais do país.
Conflitos esporádicos e uma guerrilha de baixa intensidade permanece no centro de Moçambique e este acordo era a esperança de normalizar a situação depois dos acordos de 1992 e 2014. E parecia chegar a tempo das eleições de Outubro simultaneamente para a presidência da República, para o parlamento e para os governadores provinciais.
Mas nem tudo terá corrido bem. Agora, uma autoproclamada Junta Militar da Renamo declarou o acordo “nulo” e anunciou “a destituição imediata do atual presidente da Renamo, Ossufo Momade e a nulidade de todos os acordos que Momade assinou com o Governo da Frelimo”.
O grupo intitula-se como sendo uma estrutura militar da Renamo que conta com onze unidades militares provinciais. Recusa baixar as armas e acusa o presidente do seu partido de estar ao serviço do rival: “Ossufo Momade não foi eleito para vender a Renamo e destruir o seu Estado Maior General a preço de banana, mas sim foi eleito para dar continuidade e proteger os interesses superiores da nação, pelas quais a Renamo lutou desde 1977”, afirmam em comunicado.
O grupo que desafia Momade não é o único desafio que o processo de paz tem pela frente. Mesmo a liderança oficial da Renamo denunciou “atos de violência e intolerância política” que terão ocorrido “em vários pontos do país, segundo o porta-voz da Renamo, José Manteigas, exemplificando com casos de queima de casas e bens de membros da Renamo em Tete e com o espancamento de seus apoiantes na Zambézia por parte da polícia.
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