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Mexia ganhou quase 6.000 euros por dia, em 2015

O presidente da EDP ganhou, em 2015, 2,17 milhões de euros (média de 5.945 euros por dia) e um aumento de 89% em relação a 2014. António Mexia defendeu recentemente que sejam as famílias a arcar com o custo da tarifa social e opõe-se a que sejam as lucrativas empresas produtoras de energia a pagar.
António Mexia, presidente executivo da EDP, 3 de março de 2016 -Foto de José Sena Goulão/EDP

Segundo o site do “Negócios”, António Mexia, presidente executivo da EDP, ganhou 2,17 milhões de euros em 2015. Este montante é quase o dobro da elevada remuneração que Mexia recebeu em 2014 - 1,15 milhões de euros.

O montante que o CEO da EDP recebeu em 2015 engloba remunerações fixas relativas a este ano e também variáveis e bónus de 2012 a 2014. Como remuneração fixa, o presidente da EDP recebeu 786.931 euros, ou seja, 2.156 euros por dia.

As elevadas remunerações de António Mexia têm sido notícia, em cada ano. Em 2012, Mexia recebeu 3,1 milhões de euros – 8.000 euros por dia – por ter sido incluído na sua remuneração, um chamado prémio plurianual inerente ao mandato de 2009-2011 no valor de 1,9 milhões de euros.

Conselho de administração da EDP recebeu 10 milhões

Em 2015, o conselho de administração executivo da EDP recebeu 10 milhões de euros, contra 6,29 milhões em 2014, um aumento de 59%.

O conselho de administração executivo é composto por oito membros mais o presidente, atualmente - desde 21 de abril de 2015 e até aí por 7. De entre os oito restantes membros desse conselho outros 4 membros receberam em 2015 mais de um milhão de euros, cada um. Nuno Alves recebeu 1.450.735 euros (quase 4 mil euros por dia), João Manso Neto obteve 1.424.537 (3.900 euros por dia), Miguel Stilwell de Andrade ganhou 1.397.231 euros (3.868 por dia) e António Martins da Costa 1.302.882 (3.570 por dia).

A EDP pagou ainda 1,67 milhões de euros ao Conselho Geral e de Supervisão, em 2015.

Mexia quer tarifa social paga pelas famílias

No passado dia 3 de março de 2016, o presidente da EDP manifestou-se contra o pagamento da tarifa social pelas empresas produtoras de energia e disse mesmo que há uma recomendação de Bruxelas, para que sejam as famílias a pagar a tarifa social.

António Mexia afirmou então, segundo o “Expresso”: "Somos totalmente a favor de medidas para os consumidores vulneráveis. Somos completamente a favor, mas privilegiando-se a prática dessas medidas através do Orçamento do Estado e com alguma subsidiação (pelos restantes consumidores)".

Note-se que a EDP foi condenada, pela autoridade reguladora (ERSE) em 2015, por infrações na aplicação da tarifa social. Esta tarifa deveria beneficiar 500.000 agregados familiares, mas, no final do terceiro trimestre de 2015, apenas abrangia 85.000. O OE para 2016 aprovou um mecanismo automático para a aplicação da tarifa social, que beneficiará um milhão de agregados familiares.

António Mexia é presidente executivo da EDP desde 2005 e foi ministro das Obras Públicas do Governo PSD/CDS-PP de Santana Lopes, em 2004.

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