Respostas da esquerda ao aumento da inflação

No momento em que a inflação bate recordes das últimas décadas e o Governo se recusa a atualizar salários para evitar a perda do poder de compra, divulgamos aqui os conteúdos do relatório "Inflação: uma crítica de esquerda aos argumentos e medidas do Governo", apresentado pelo Bloco de Esquerda a 6 de maio de 2022.

06 de maio 2022 - 21:37
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Foto Marco Verch Professional Photographer. Link: https://foto.wuestenigel.com/globe-with-rising-graph/ Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/

O Bloco de Esquerda apresentou a 6 de maio as suas propostas para responder ao aumento da inflação e uma crítica às políticasque o Governo tem defendido sobre uma questão que já está a afetar negativamente o custo de vida para a grande maioria da população.

 

 


Ler aqui o relatório na íntegra.


 

Neste dossier, resumimos algumas partes deste documento. O artigo Inflação em recorde de trinta anos explica o que é a inflação, o que provoca o seu aumento e quando é que se torna num problema para quem vive do seu salário ou da sua pensão. Em Hecatombe nos salários: mais pobreza, mais concentração da riqueza mostra-se como até o aumento do salário mínimo em 6% não compensará o aumento de preços dos bens essenciais este ano, sendo as famílias mais pobres as mais penalizadas pela ausência de medidas do Governo para proteger os rendimentos, o que reduz o atual Orçamento a mero instrumento de propaganda.

O artigo Aumentar salários alimenta inflação? Uma desculpa errada olha para os argumentos do Governo para recusar a atualização salarial e contraria a teoria de António Costa de que aumentar salários provocaria uma espiral inflacionista. Em Uma resposta de esquerda à inflação reunimos as principais propostas que o Bloco apresenta para dar resposta ao aumento da inflação sem sacrificar quem vive do rendimento do seu trabalho ou da sua pensão.

Na origem do surto de inflação, a especulação com a energia mostra como a tendência de subida de preços neste setor já era anterior a invasão da Ucrânia pela Rússia e não resulta do aumento da procura, mas sim da especulação que fez disparar os preços na produção e comercialização de combustíveis, bem como nos mercados de carbono. O caso português do preço da eletricidade e das rendas excessivas é visto à lupa em Enquanto a luz aumenta, barragens continuarão a ter lucros excessivos, que discute também a "exceção ibérica" negociada recentemente com Bruxelas.

A atuação dos reguladores das finanças mundiais é revista no artigo Bancos centrais e taxa de juro: o caso da inflação financeira, lembrando o que aconteceu antes e depois da crise financeira de 2008 e como os programas de compra de ativos acabaram por ter efeitos limitados na chamada economia real, criando em alternativa o insuflar dos mercados financeiros, com os riscos que isso acarreta quando chega a hora de aumentar taxas de juro.

O dossier olha também para os que têm tirado vantagens da recente subida de preços. Inflação nas empresas: a lei dos mais fortes mostra como para os grandes grupos que dominam setores como a energia e a distribuição de bens essenciais, a inflação é uma oportunidade para aumentar lucros, distribuir dividendos aos acionistas e, claro está, aumentar os chorudos salários e bónus dos seus administradores.

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