Rússia e Geórgia em conflito militar por causa da Ossétia do Sul

23 de dezembro 2008 - 0:00
PARTILHAR

As relações estreitas da Geórgia com os Estados Unidos não foram indiferentes ao sentimento de impunidade do presidente Saakashvili ao decidir bombardear Tskhinvali, a capital da Ossétia do Sul, alegadamente para combater milícias separatistas. Muitos civis morreram nesses bombardeamentos, bem como alguns militares russos que se encontravam ali posicionados enquant forças de manutenção de paz.



A região da Ossétia do Sul tem cerca de 70 mil habitantes e boa parte conserva a cidadania russa, argumento suficiente para que o presidente Medvedev e o primeiro-ministro Putin não hesitassem em mandar avançar as tropas estacionadas junto à fronteira, atacando alvos estratégicos georgianos como a cidade de Gori, ponto de passagem da maior estrada do país. As tropas russas avançaram até junto da capital, dominando militarmente a situação e ali se mantendo por algumas semanas antes da retirada.



A principal consequência do conflito foi o reconhecimento pela Rússia da independência das duas províncias onde desde o desmoronamento da União Soviética ocorrem conflitos armados de resistência a integrar o território da Geórgia. Moscovo fez saber claramente que esta medida era uma resposta ao reconhecimento internacional da independência do Kosovo, que se separou da República Sérvia após anos de guerrilha apoiada pelos EUA e Alemanha.



Depois de um combate desigual, que provocou milhares de refugiados, o cessar-fogo entre a Geórgia e a Rússia foi mediado pela presidência francesa da União Europeia. Nos dias que se seguiram, os russos foram adiando a retirada das tropas da Geórgia, contribuindo para uma maior humilhação do país que é candidato à entrada na NATO.

 

 

 



 

 

Termos relacionados: