O resultado eleitoral foi o previsto pelas sondagens, que davam quase unanimemente a vitória a Obama. Após umas eleições primárias muito disputadas, em que conseguiu vencer a senadora e ex-primeira dama Hillary Clinton, Obama fez da crise financeira o tema central da sua campanha e apontou baterias à incompetência do seu antecessor, que mergulhara o país na guerra e no descontrolo da ganância de Wall Street.
Obama recolheu a quase totalidade do voto negro, e mais de dois terços do voto hispânico e dos eleitores que foram às urnass pela primeira vez, tendo em muitos casos de esperar horas antes de entrar na cabine de voto. A taxa de participação foi de 66%, ultrapassando os 63,1% das eleições que elegeram Kennedy e estabelecendo assim um recorde de cem anos.
A campanha de Obama centrou o seu discurso em duas palavras-chave: "Esperança" e "Mudança". E é essa mudança nas políticas que os eleitores querem ver daqui para a frente. No entanto, os primeiros sinais acerca da composição do gabinete de Obama apontam mais para uma continuidade, com a maior parte dos nomes indicados para postos de responsabilidade a ser ocupada por gente próxima do "establishment" de Washington, com especial preponderância de elementos da antiga administração Clinton, incluindo a própria Hillary como responsável pela política externa.
A promessa de Obama de encerrar Guantánamo mal chegue à Casa Branca vai ser cobrada pelos seus apoiantes, que também querem ver um calendário de retirada das tropas do Iraque a curto prazo. Mas as atenções voltam-se sobretudo para o futuro da política económica, com a promessa de Obama de recuperar 3 milhões de empregos que foram destruídos ou estão em risco devido à crise económica.
Obama vence eleições com maior participação de sempre
23 de dezembro 2008 - 0:00
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