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Ataques terroristas põem Mumbai em estado de sítio
Os ataques foram planeados com detalhe e antecipação. Membros do comando terrorista estavam alojados em dois hotéis de luxo de Mumbai - o Taj Mahal e o Trident/Oberoi - dias antes do ataque. Ao todo, foram sete os alvos escolhidos, todos junto a zonas frequentadas por turistas ocidentais. Os terroristas dispararam indiscriminadamente em estações de comboio, no hospital e nas ruas, enquanto nos hotéis chegaram a separar os detentores de passaportes norte-americanos e ingleses.
O governo indiano procurou de imediato associar a acção terrorista a grupos treinados em solo paquistanês. Índia e Paquistão tinham iniciado semanas antes um diálogo destinado a aliviar a tensão entre os dois países, após o afastamento de Musharaf da presidência do Paquistão.
O Paquistão negou o envolvimento e o seu novo presidente disse que os dois países enfrentam um inimigo comum, aceitando até o pedido da Índia para enviar o chefe dos serviços secretos militares paquistaneses ao país vizinho. No entanto, dias mais tarde, o Paquistão recuou na oferta e propôs-se a enviar apenas funcionários mais abaixo na hierarquia do ISI.
Os atentados foram reividicados pelo então desconhecido grupo «mujahideen do Decão», cuja origem permanece por apurar. Mas o único autor dos atentados que a polícia capturou vivo disse que o grupo pertencia ao grupo paquistanês Lashkar-e-Taiba, e teriam chegado a Mumbai por mar.
O início dos ataques aconteceu a 26 de Novembro e as forças de segurança só deram por concluídas as operações de regate no dia 29, após um longo cerco e assalto aos hotéis onde os terroristas faziam dezenas de reféns. Após o fim do pesadelo de Mumbai, as consequências políticas internas foram imediatas, com as demissões do ministro do Interior e outros altos responsáveis pela segurança na região.
As críticas à demora da operação de resgate, com os comandos a demorarem dez horas a chegar aos hotéis sob ataque, foram repetidas pela imprensa indiana nos dias que se seguiram ao atentado.
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