Plataforma 15-O acusa polícia de incitar à violência

A plataforma 15 de Outubro denunciou a presença “ilegal” de agentes da polícia infiltrados na manifestação que teve lugar no dia da Greve Geral. Repudiando a imagem de violência que, dizem, tem vindo a ser associada ao movimento, apresentaram imagens de polícias incitadores no meio dos manifestantes.

30 de novembro 2011 - 17:57
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A plataforma 15 de Outubro denunciou hoje a presença de polícias infiltrados na manifestação em Lisboa que marcou o dia da greve geral. Considerando essa presença “ilegal” e um “crime”, a plataforma, em conferência de imprensa junto ao ministério da Administração interna, acusou esses agentes de terem incitado à violência e de terem estado na origem dos desacatos ocorridos em frente às escadarias de São Bento.

O movimento repudia a imagem “insultuosa” que, dizem, tem vindo a ser associada e imputada aos manifestantes, dizendo que “está a ser construída, consciente e propositadamente, uma narrativa de terror social que visa claramente criminalizar o movimento social e os eventos da Greve Geral e manifestação que, tendo sido um grande sucesso, é minorada pela construção de factos e eventos de “violência”.

Sofia Rajado, que falou em nome da plataforma, reiterou a existência de provas que comprovam a ação ilegal da polícia e repudiou os elogios que o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, tem efectuado ao trabalho da polícia.

"O ministro veio dizer publicamente uma inverdade e isso tem que ter consequências", considerou João Camargo, outro membro da plataforma, antes de dizer que "há necessidade de averiguar e apurar essas responsabilidades. O movimento considera que o inquérito à atuação policial deverá ser feito por uma entidade independente e não, como foi anunciado pela PSP, um processo de averiguação interno às próprias forças policiais.

Recorde-se que o inquérito foi anunciado depois da divulgação de um vídeo onde se vê agentes à paisana a espancarem um cidadão, uma cena presenciada e denunciada pela deputada Ana Drago, do Bloco de Esquerda.

O movimento rejeitou qualquer ligação a atos de violência, bem como aos ataques informáticos que revelaram dados pessoais dos agentes da PSP, e mostrou-se contrário à detenção arbitrária de pessoas que diz ter acontecido no dia 24 de Novembro.

Termos relacionados: Greve geral 2011