Está aqui
Novas drogas: venda legal, risco desconhecido

O número de novas drogas a surgirem no mercado negro mas também no comércio lícito tem aumentado exponencialmente nos últimos anos. Qualquer substância, até que seja integrada na lista de drogas proibidas é legal. O tempo que leva as instituições públicas a analisarem cada substância para que seja tomada uma decisão sobre a sua proibição ou permissão não tem acompanhado a velocidade de surgimento destas novas drogas.
As smart-shops e a internet têm sido as principais ferramentas na comercialização destas novas drogas. Mas a proibição de drogas já bem conhecidas e estudadas (como a canábis) também estará a contribuir para o crescimento deste mercado. Afinal torna-se mais fácil comprar uma droga legal apesar de desconhecida e potencialmente perigosa do que uma droga ilegal já culturalmente assimilada e estudada até à exaustão.
É este o principal problema das novas drogas: os seus efeitos não foram ainda estudados, porque ainda não houve tempo para pesquisar ou assimilar o impacto que o seu consumo possa ter nas pessoas.
Destas novas drogas, destaca-se a mefedrona que tem servido como droga de substituição da cocaína e do ecstasy ou o spice como substituto da canábis. A mefedrona tem sido comercializada como fertilizante para ter um enquadramento legal enquanto que o spice para todos os efeitos é um incenso, ambos não recomendáveis para uso humano, segundo os seus vendedores. Desta forma convenientemente evitam qualquer responsabilização sobre os eventuais danos provenientes do seu consumo.
A actual política proibicionista tem incentivado o surgimento destas novas substâncias no mercado. É apenas mais uma prova de que a política de “guerra às drogas” para além de ser ineficaz no seu objectivo de erradicar as drogas do planeta, contribui no aumento dos riscos derivados do consumo de drogas.
Adicionar novo comentário