Mariana Aiveca realçou, em entrevista ao esquerda.net, que setores dos transportes que "têm um grande impacto, e que são do setor privado", tiveram "um papel determinante no êxito desta greve geral" e que se registou uma "grande participação cidadã", sendo que a mobilização não se restringiu apenas aos sindicatos e seus membros.
A deputada bloquista frisou ainda a "solidariedade internacional para com os grevistas portugueses". "Esta não é apenas uma greve do espaço nacional e com reivindicações nacionais", afirmou Mariana Aiveca, adiantando que o Bloco "tem vindo a defender que a luta tem que ser feita a uma escala maior e a uma escala europeia".
"Nova greve geral é um passo inevitável para a continução da luta"
A dirigente bloquista, comentando as declarações proferidas durante a manhã, aos microfones da TSF, pelos líderes da CGTP e da UGT sobre a hipótese de convocar uma nova greve geral, afirmou que este é "um passo inevitável para a continuação da luta".
Mariana Aiveca lembrou que o governo e os "senhores da troika" já anunciaram que irão impor novos sacrifícios aos portugueses, sacrifícios estes que irão, inclusive, ser alargados aos trabalhadores do privado.
Os portugueses e as portuguesas não podem aceitar um ataque que "representa uma grande regressão social dos direitos que se conquistaram", defendeu a dirigente bloquista.
Mariana Aiveca deixou ainda claro que o caminho da luta terá que ser "a continuidade deste caminho de unidade", para o qual terão que ser "convocados ainda mais setores".
“Os sacrifícios são apenas para pagar aos credores e agiotas que nos exploram”
Durante a conferência de imprensa conjunta com a UGT de balanço da greve geral, o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, afirmou que o facto de uma agência de ‘rating’ ter “dado um louvor ao governo português”, e pela mesma avaliação ter “baixado a posição de Portugal no ranking para recurso aos mercados financeiros”, é “a prova provada que os sacrifícios são apenas para pagar aos credores e agiotas que nos exploram”.
UGT acusa governo de “manipular” dados sobre adesão à greve
O secretário-geral da UGT, João Proença, acusou, por sua vez, o governo de “manipular” dados sobre a adesão à greve, sublinhando que “o documento que o governo pôs cá fora às 11h30 é uma vergonha, ultrapassa os limites da decência”.