Vaga de calor na Europa: incêndios na Grécia matam 20 pessoas

22 de agosto 2023 - 17:30

Na Grécia há incêndios descontrolados e várias localidades tiveram de ser evacuadas. Em três dias arderam 40.000 hectares. Em Itália também 700 pessoas tiveram de ser retiradas das suas casas na segunda-feira na ilha de Elba. E o incêndio de Tenerife ainda lavra, tendo sido deslocadas 12.000 pessoas.

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Fogo em Fyli. Foto de KOSTAS TSIRONIS/EPA/Lusa.
Fogo em Fyli. Foto de KOSTAS TSIRONIS/EPA/Lusa.

Uma vaga de calor atravessa a Europa, registando-se incêndios de grandes proporções em Itália, Espanha e Grécia. Neste país, foram descobertos, numa zona fronteiriça rural do norte, 18 corpos carbonizados. Os bombeiros creem poder tratar-se de migrantes uma vez que não há informações sobre pessoas desaparecidas na região mas aguardam-se os resultados das investigações. Somam-se a duas mortes que já tinham ocorrido na segunda-feira devido a esta nova vaga de incêndios: uma pessoa não identificada no parque nacional de Dadia, colocando-se também a possibilidade de ser um migrante indocumentado, e um pastor idoso na Beócia. E às cinco vítimas mortais da onda de incêndios de julho.

Com tempo seco, ventos e fortes e temperaturas até 41°C, condições que persistirão até sexta-feira, os fogos estão descontrolados no nordeste do país, nas ilhas de Eubeia e Cítnos e na Beócia. Há nove frente de fogos ativas e, em três dias, arderam 40.000 hectares, segundo o Observatório Nacional de Atenas. 38.000 em Evros, 1.200 em Rodopi, no norte, 800 na ilha de Cítnos e 500 em Psachna, Evia.

Na região de Evros, várias localidades foram evacuadas devido aos incêndios. Na ilha de Eubeia, a cidade industrial de Nea Artiki foi evacuada. Não houve vítimas mas criações de aves e porcos ficaram destruídas. Em Ano Liosia, no noroeste da grande Atenas, os habitantes de Gennimata e Kanala receberam ordem de saída. O mesmo sucedeu na área de Lofos Kyrillou em Mandra, Ática; Gratini em Komotini; Agios Kosmas em Cavala; e Makri, Dikella, Agia Paraskevi e Mesimvria em Alexandroupoli. E em Fyli vários edifícios arderam.

Em Alexandroupolis, o fogo levou à evacuação do Hospital Universitário, tendo sido retiradas 65 pacientes para um ferry. Na mesma zona, a clínica da Fundação Metropolitana da Igreja de Alexandroupolis teve igualmente de retirar mais de cem pacientes das instalações. Também perto de Atenas, nas colinas do Monte Parnitha, os incêndios lavram, levando à evacuação do mosteiro de Kleiston e ameaçando várias casas. E também numa praia perto de Makri 14 pessoas tiveram de ser retiradas por um barco da guarda costeira por causa dos fogos. Na zona industrial de Aspropyrgos, na região metropolitana de Atenas, um aterro estava a arder cobrindo a área de fumo contaminado.

No resto do sul da Europa também há situações complicadas, com os bombeiros ainda a tentar estabilizar o fogo que tem assolado há uma semana a ilha de Tenerife. Este queimou 15,000 hectares, 7% do total da ilha, arrasou o parque natural de Corona Florestal e levou à evacuação de várias localidades, tendo sido deslocadas perto de 12.000 pessoas. Mantém, ao momento, uma

Em Itália também 700 pessoas tiveram de ser retiradas das suas casas na segunda-feira na ilha de Elba. O país tem alertas vermelhos por causa da onda de calor em 16 das 27 principais cidades.

Portugal não tem sido poupado aos alertas vermelhos de calor e aos incêndios, sendo aqui a principal fonte de problemas o incêndio em Baião, combatido por mais de cem bombeiros e dez aeronaves. Um acidente com uma viatura dos Bombeiros de Vila Meã que capotou fez cinco feridos, de acordo com a RTP, dois deles em estado grave.

A onda de calor e os alertas vermelhos consequentes estendem-se ao sul de França. Aí não há notícias de grandes incêndios. Contudo, os avisos são do mesmo tipo que por toda o sul da Europa.