Entre terça e quinta-feira desta semana, os trabalhadores da função pública da Guiné-Bissau fazem greve.
O processo de luta junta as duas maiores centrais sindicais do país, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI). Estão descontentes com o facto do governo não ter cumprido “todos os 16 pontos” do memorando de acordo assinado no passado mês de agosto que previa, por exemplo, a aprovação do Código de Trabalho, a harmonização dos salários, num setor em que trabalhadores da mesma categoria ganham salários diferentes, a introdução do concurso público como forma de entrada na Função Pública e o pagamento de salários em atraso. Os trabalhadores contratados do Ministério da Saúde Pública têm doze meses de salários por receber.
À Lusa, o secretário-geral Geral da UNTG, Júlio Mendonça diz que “o Governo não cumpriu e nem disse nada”. Por isso, os trabalhadores ficaram “cansados de esperar” e, se não obtiverem as respostas esperadas vão mesmo “fazer greves sucessivas”.
Mendonça indignou-se ainda com a ausência de um salário mínimo nacional, o que contrasta com “o salário astronómico” que os titulares de cargos públicos auferem. Os sindicatos pretendem que seja implementado um salário mínimo de cerca de 150 euros.
A paralisação teve, segundo a estimativa sindical, uma adesão de 90% e afetou mais fortemente a saúde, educação, serviços como a emissão de bilhetes de identidade e alguns ministérios.
Segundo a RFI, as escolas e o Hospital Nacional Simão Mendes, o maior do país, por exemplo, estiveram a funcionar “a meio gás”.