O coordenador da comissão de trabalhadores do Novo Banco, João Matos, informou a comunicação social que a reunião da CGTP está incluída num conjunto de reuniões que a CT vai fazer, encontrando-se na tarde desta segunda-feira com a UGT.
Segundo a agência Lusa, João de Matos afirmou:
“Estamos preocupados com a possível venda do Novo Banco, pois queremos que sejam garantidos todos os postos de trabalho e também a passagem do fundo de pensões, no futuro, para quem adquirir o banco”.
O coordenador da CT do Novo Banco salientou que estas reuniões visam “pedir auxílio”, porque considera que a CGTP e a UGT, nomeadamente, “podem ajudar-nos a transmitir a nossa mensagem para quem vai negociar a venda do Novo Banco”.
“É importante para nós que as nossas preocupações constassem do caderno de encargos [com vista à venda do banco]”, realçou o dirigente sindical.
Questionado pelos jornalistas sobre a notícia de que a KPMG não assinará as contas do primeiro semestre do BES, João Matos disse que a “situação não nos tranquiliza” e realçou: “Faz parte do processo normal, mas leva-nos a desconfiar de alguma coisa. Houve um relatório que foi feito e se a entidade auditora [KPMG] não o quer aprovar é, porque, eventualmente haverá problemas”.
Responsáveis continuam impunes
Arménio Carlos disse que a CGTP “está solidária” com as preocupações dos trabalhadores do Novo Banco e lembrou que “a culpa [da atual situação] não é dos trabalhadores, mas dos responsáveis que continuam impunemente a circular neste país, sem que até agora sejam conhecidas nenhumas medidas de fundo”.
O secretário-geral da CGTP salientou também: “Parece-nos também que esta pressa do Governo, do Banco de Portugal e da administração do Novo Banco em vender o banco pode tornar-se um bom negócio para os compradores, mas num péssimo negócio para os trabalhadores e para os contribuintes”.
“Todos nós já percebemos, que na fase do processo em que nos encontramos, esta pressa de vender está, naturalmente, a aliciar os compradores para fazerem baixar o preço”, acrescentou Arménio Carlos e concluiu: “É caso para perguntar quem vai pagar a diferença entre o valor do banco a vender se for inferior ao que o erário público já pagou, na ordem dos 4 mil milhões de euros”.