Está aqui
Suspeitas de fraude e branqueamento na origem das buscas ao BES

“Nas investigações, relacionadas com o denominado universo Espírito Santo, estão em causa suspeitas dos crimes de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal”, diz o comunicado divulgado no site da Procuradoria-Geral da República.
Foram ao todo “34 buscas domiciliárias, uma a advogado e seis buscas a entidades relacionadas com o exercício da actividade financeira”, revela a PGR, enunciando os grandes meios postos à disposição da operação decorrida esta quinta-feira: 14 magistrados, 2 peritos e mais de 200 elementos da Judiciária, Unidade Nacional de Combate à Corrupção e Autoridade Tributária. Para além das sedes do Novo Banco e do BES "banco mau", também as residências de Ricardo Salgado e Morais Pires terão sido visitadas pelos investigadores, segundo relatou a imprensa ao longo do dia de quinta-feira.
O facto de as buscas terem decorrido quatro meses após a saída dos Espírito Santo do BES, e de entretanto a imprensa ter revelado alguns dos assuntos que estão na mira dos investigadores, levanta suspeitas sobre a sua real eficácia.
No entanto, a investigação terá arrancado só após a queixa-crime apresentada pelo Banco de Portugal, na sequência da auditoria forense que revela algumas das práticas que podem acabar em condenação. É esta auditoria que o governador do Banco de Portugal quer manter longe da vista dos deputadis da Comissão Parlamentar de Inquérito ao colapso e à intervenção do Estado BES.
Passos admite recapitalização da Caixa por causa da intervenção no BES
Em entrevista à RTP, o primeiro-ministro admitiu poder vir a recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos, caso a venda do Novo Banco dê um prejuízo elevado. Para Passos Coelho, "é muito pouco provável" que os contribuintes venham a sofrer perdas por causa da opção da resolução do banco. No entanto, a operação de venda do Noco Banco “pode vir a ter um custo para a Caixa, e pode ter para o contribuinte por via indirecta. Significa que a Caixa não terá resultados tão bons ou então que o Estado pode ter de fazer recapitalização na Caixa se o custo for muito elevado”, garantiu o primeiro-ministro.
A resolução do BES foi preparada pelo Governo e o Banco de Portugal, com o conhecimento da Comissão Europeia, enquanto as ações do banco se negociavam em bolsa. Logo após a resolução, Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e Carlos Costa garantiram que a solução não teria custos para os contribuintes, apesar do dinheiro do fundo de resolução ter sido injetado a partir dos cofres públicos. Resta saber o montante do prejuízo da operação e em que medida os membros do fundo - os bancos concorrentes da entidade que venha a comprar o Novo Banco - estarão dispostos ou capazes de pagar a sua parte.
Adicionar novo comentário