Donald Trump foi absolvido pelo Senado dos Estados Unidos da América das acusações de abuso de poder e obstrução ao Congresso, chegando assim ao fim o processo de destituição do Presidente do país.
A votação estavam dois artigos. O primeiro era a acusação de abuso de poder e colheu 52 votos que consideravam Trump “inocente” e 48 votos que o consideravam “culpado”. Do lado Republicano, apenas Mitt Romney considerou o Presidente culpado. O segundo artigo, sobre a obstrução ao Congresso dos EUA, obteve 53 votos como “inocente” e 47 como “culpado”.
A acusação de abuso de poder estava relacionada com a campanha de pressão exercida por Trump sobre a Ucrânia para que esta investigasse os rivais políticos do Presidente, incluindo o ex-vice-presidente Joe Biden e o seu filho.
O partido Democrata já reagiu em comunicado ao resultado deste processo. “O presidente e os republicanos do Senado banalizaram a ilegalidade e rejeitaram o sistema de freios e contrapesos da Constituição”, acusou Nancy Pelosi. Para a democrata, tanto Trump quanto Mitch McConnell, líder dos republicanos no Senado, são “velhacos”. Pelosi qualificou também McConnell de “cobarde” por “ter abandonado o seu dever de defender a Constituição”, noticia a Lusa.
O comunicado assinado pela Presidente da Câmara dos Representantes conclui que “devido à traição dos senadores republicanos à Constituição”, o Presidente “continua a ser uma ameaça para a democracia norte-americana, com a sua insistência de que está acima da lei e que pode corromper as eleições se quiser”.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) February 5, 2020
Já Donald Trump recorreu ao Twitter para, após os resultados, publicar um vídeo com uma sequência interminável de cartazes de candidatura, insinuando que se candidatará para sempre à presidência dos EUA. A reação oficial terá lugar hoje, com Trump a anunciar um discurso sobre “a VITÓRIA do nosso país contra a farsa da destituição”. Também enviou um e-mail de angariação de fundos onde afirma “desculpem, haters [críticos], mas eu não vou a lado nenhum”.
O processo de destituição teve início em dezembro, levantado pela oposição do partido Democrata. O Senado americano esteve quase duas semanas a discutir estes dois artigos que tinham sido aprovados na Câmara de Representantes.
O resultado deste processo de destituição, expectável devido à maioria republicana no Senado, foi semelhante aos dois anteriores da história do país: tanto Andrew Johnson, em 1868, como Bill Clinton, em 1998, foram absolvidos.