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As “sardinhas” italianas organizam-se para acabar com lei anti-imigrantes de Salvini

Não haverá um partido das sardinhas. O movimento antifascista italiano nascido através da convocatória de um grupo de amigos Bolonha e que num mês se tornou viral escolheu ser um intermediário entre a política e a sociedade civil.
Este é uma das conclusões da primeira reunião nacional do movimento, ocorrida no domingo em Roma. No dia anterior, Roma tinha-se enchido com 100 mil manifestantes contra Matteo Salvini e a extrema-direita que ele encabeça. A velha canção anti-fascista Bella Ciao foi, como tem sido hábito, um dos cânticos mais escutados.
A 14 de novembro, em Bolonha, ocorrera a primeira desta série de manifestações. Com a imagem das “sardinhas em lata”, a convocatória dos quatro amigos que impulsionaram o movimento pretendia ironizar com os exageros do ex-ministro do Interior italiano que inflacionava os números de presenças nos seus comícios. Depois desta manifestação que encheu por completo a Praça Maior, outras cidades responderam com sucesso ao repto de suplantar os números de participantes nos comícios da extrema-direita que está em campanha na região de Emilia-Romagna. Sem qualquer organização formal por detrás.
A manifestação de sábado passado, pretendia assinalar um mês intenso de mobilização anti-fascista. Já a reunião de domingo tinha como objetivo dar algum sentido organizativo e prioridades aos movimento até então espontâneo.
Outra das escolhas centrais foi apontar baterias ao decreto contra imigração que o país herdou de Salvini e que, depois deste ter saído governo, permaneceu em vigor. As “sardinhas”, que causaram a fúria da extrema-direita que entretanto lançou vários boatos sobre o movimento nas redes sociais, manifestam-se ainda contra a “violência verbal” na política, exigem “transparência no uso que a política faz das redes sociais” e fidelidade aos factos aos meios de comunicação social.
Mattia Santori, um dos impulsionadores do movimento, explicou, à France Press primeiro e ao New York Times depois, que o seu combate é “anti-fascista, pró-igualdade, contra a intolerância, contra a homofobia” e que “as sardinhas são apenas pessoas que preenchem um espaço com as suas ideias e lutam contra um inimigo – a simplificação dos assuntos pelos populistas”.
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