Reivindicações gregas sobre reparações de guerra são “estúpidas”, diz ministro da Economia alemão

07 de abril 2015 - 18:52

Segundo Sigmar Gabriel, as reivindicações gregas de pagamento de reparações da II Guerra Mundial pela ocupação nazi, no valor de 278,8 mil milhões de euros, não passam de uma tentativa de obter uma margem de manobra dos parceiros da zona euro para conseguir superar a crise da dívida.

PARTILHAR

"E esta margem de manobra não tem absolutamente nada a ver com a Segunda Guerra Mundial ou com o pagamento de reparações", avançou o ministro da Economia e vice-chanceler alemão, citado pelo jornal Haaretz.

O líder dos sociais-democratas (SPD) reagia assim às declarações do ministro das Finanças Adjunto grego Dimitris Mardas que apresentou esta segunda-feira ao Parlamento helénico dados detalhados sobre as reivindicações gregas de pagamento de reparações da II Guerra Mundial pela ocupação nazi.

Segundo Mardas, a dívida total da Alemanha à Grécia é de 278,8 mil milhões de euros, dos quais 10 mil milhões correspondem ao empréstimo que o Banco da Grécia foi forçado a fazer ao regime nazi, enquanto o restante corresponde a reparações por danos causados a infraestruturas ou cidadãos. O ministro recordou que a Conferência de Paz de Paris, em 1946, calculou a dívida da Alemanha para com a Grécia em 341,2 mil milhões de dólares.

Die Linke e Verdes defendem pagamento de reparações de guerra à Grécia

Manuel Sarrazin, especialista em política europeia para os Verdes, e Annette Groth, do Die Linke, afirmaram, em declarações à agência Reuters, que Berlim deve reembolsar o chamado empréstimo de ocupação que a Alemanha nazi obrigou o Banco da Grécia a conceder em 1942.

Berlim e Atenas devem, "em conjunto e de forma amigável", levar quaisquer outras reivindicações ao Tribunal Internacional de Justiça, defendeu Sarrazin.

Groth foi mais longe, frisando que “olhar para a dívida grega e para as compras de títulos do Banco Central Europeu por mês, coloca os 278 mil milhões de euros em perspectiva".

"O categórico 'não' do governo alemão não pode certamente ser aceite. Isso é vergonhoso 70 anos após o fim da guerra", salientou.