Na declaração proferida esta noite, dia 21 de Outubro, respondendo ao anúncio de Rajoy, de suspensão da autonomia da Catalunha e destituição do atual governo da Generalitat, Carles Puigdemont afirmou que “Não podemos aceitar este ataque, a humilhação e a liquidação da democracia”, cita o El Diario.
É assim que o Presidente da Catalunha interpreta a aplicação do artigo 155.º da Constituição espanhola. Segundo Puigdemont, a sua implementação implica que Rajoy se tornará no “tutor de toda a vida pública na Catalunha, desde o Governo aos meios de comunicação”, algo que considera “incompatível cum uma atitude democrática”.
Para Puigdemont, a decisão de Madrid retoma os tempos idos do fascismo: “O Governo tomou a pior decisão desde Franco”, acusou, referindo que o governo de Madrid está a “menosprezar a vontade popular”.
O presidente da Generalitat disse que todas as “tentativas de diálogo” com o governo central tiveram “a mesma resposta”: “silêncio ou repressão”. “O que os catalães decidem nas urnas, o Governo anula em despachos”, acusou ainda.
De seguida, falando em inglês, Puigdemont dirigiu uma mensagem à Europa, afirmando que “decidir o futuro de uma nação não é um crime”, garantindo que o que está a acontecer na Catalunha também põe em causa o resto da Europa, e reiterando que só pretende uma “Europa democrática e pacífica, com direitos fundamentais”. “Continuaremos a lutar”, assegurou.
Por fim, Puigdemont anunciou que irá pedir ao Parlamento catalão uma sessão plenária para debater o que está a acontecer na Catalunha: “Pedirei ao Parlamento uma sessão plenária para debater a intenção de liquidar a nossa democracia”, disse.
“Aquilo que temos, ganhámos com a força da nossa gente e da democracia”, argumentou ainda o líder catalão, sublinhando que a Catalunha não pode aceitar tal ataque por parte do governo central: “Não é a primeira vez que as instituições catalãs são alvo de um golpe de estado espanhol”.
A intervenção de Puigdemont seguiu a mesma linha que a de Carme Forcadell, momentos antes. A Presidente do Parlamento catalão, cujas competências também serão limitadas com a suspensão da autonomia da Catalunha, afirmou que “Não vamos permitir que deixemos de ser um parlamento democrático”.