A coligação governamental de Samarás-Venizelos, que depois de ter pilhado a sociedade durante dois anos e meio voltou a celebrar novos compromissos com a troika dos credores para impor medidas antissociais suplementares, já pertence ao passado. O Syriza conseguiu o objetivo do derrube deste governo e o povo grego terá agora a palavra. É ele que irá impor a sua escolha com o voto a 25 de janeiro.
Face às urnas, abrem-se duas escolhas. A primeira é a da continuação das políticas desatrosas da austeridade. A segunda é o seu afastamento e substituição por um plano de desenvolvimento que visa a recuperação produtiva e social do país.
O governo e os seus amigos na Grécia e no estrangeiro tentam através da difusão do medo e de um discurso alarmista em torno do Syriza e da perspetiva de um governo de esquerda, intimidar um povo exangue após cinco anos de aplicação dos memorandos antissociais. São medidas que arruinaram salários e pensões, direitos adquiridos, que impulsionaram a recessão, o desemprego e a pobreza a níveis estratosféricos.
O alarmismo do governo grego, dos círculos dirigentes do FMI, da zona euro e da Alemanha com a chantagem dos hipotéticos ataques dos "mercados" não metem medo ao Syriza. Pelo contrário, eles reforçam a nossa determinação enquanto futuro governo de esquerda, apoiado pelos combates e pelo voto do povo grego, a promover e aplicar fielmente as propostas do nosso programa, sem sucumbir nem às ameaças nem às chantagens e pressões do establishment nacional e internacional, difundidas amplamente pelos media devotos à sua causa.
Este governo de esquerda terá como prioridades essenciais a anulação dos memorandos de rigor e a sua substituição por um plano de desenvolvimento em favor da restruturação produtiva. Ele dará resposta imediata aos problemas urgentes do desemprego, do restabelecimento dos redimentos da classe trabalhadora, dos direitos sociais, da proteção legislativa do trabalho e de todos os direitos democráticos que foram abolidos nos últimos anos.
Os critérios das nossas decisões enquanto governo progressista da esquerda não serão as exigências brutais e humilhantes dos credores e dos fundos especulativos, mas a sobrevivência do povo, a dignidade do nosso país, o futuro da geração jovem e também a necessidade de traçar novos caminhos promissores para todos os povos da Europa, derrubando as políticas destrutivas da austeridade sem fim.
O objetivo do Syriza é obter uma maioria parlamentar nas eleições e a formação de uma aliança - independentemente do resultado eleitoral - com outras forças da esquerda e da ecologia radical para formar governo.
Este governo de esquerda terá como prioridades essenciais a anulação dos memorandos de rigor e a sua substituição por um plano de desenvolvimento em favor da restruturação produtiva. Ele dará resposta imediata aos problemas urgentes do desemprego, do restabelecimento dos redimentos da classe trabalhadora, dos direitos sociais, da proteção legislativa do trabalho e de todos os direitos democráticos que foram abolidos nos últimos anos.
Neste quadro, a renegociação dos acordos de empréstimo com os credores para anular as cláusulas abusivas, as cláusulas "coloniais" que estrangulam a população e de apagar uma grande parte da dívida pública, é necessário e primordial.
Para fazer face aos problemas sociais imediatos das vítimas da crise económica e para relançar a economia, apresentaremos de imediato um plano de ação ao Parlamento.
Os projetos de lei que serão apresentados com prioridade dizem respeito:
- ao restabelecimento do salário mínimo para 751 euros (que tinha sido cortado para 586 euros pelas leis dos memorandos) e do 13º mês para os reformados com pensões abaixo dos 700 euros;
- à supressão das medidas legislativas que permitiram os despedimentos abusivos na função pública e à recontratação das vítimas dessas medidas;
- ao restabelecimento das leis laborais que protegem os trabalhadores do setor privado contra os despedimentos abusivos e à extinção das medidas antidemocráticas que permitem ao governo requisitar abusiva e autoritariamente os grevistas;
- à promoção de medidas que facilitem o reembolso das dívidas das pessoas e das PME's às entidades públicas e de proteção social, as dívidas dos lares sobreendividados para com os bancos, prevendo até a possibilidade do perdão de uma parte da dívida num valor correspondente à perda de rendimento que resultou da aplicação das medidas do memorando.
Ao mesmo tempo, o governo porá em marcha uma série de medidas para acudir aos problemas ligados à crise humanitária:
- acesso à eleitricidade para as famílias pobres;
- senhas de refeição para pessoas em situação de pobreza;
- disponibilização de alojamento para os sem-abrigo;
- acesso aos serviços de saúde para as pessoas sem cobertura social;
- acesso gratuito aos meios de transporte público para desempregados e pobres;
- redução da taxa aplicada ao óleo de aquecimento.
Estas medidas serão o primeiro passo na aplicação do nosso plano de desenvolvimento antimemorando. A sua aplicação pressupõe a mobilização e o apoio do povo grego, a solidariedade dos povos europeus, a aliança de todas as forças sindicais progressistas da esquerda europeia e também dos governos do Sul atingidos pela pobreza.
A coligação governamental de Samarás-Venizelos e a elite política e económica que dirige atualmente a Europa usam o medo como arma. O Syriza e o Partido da Esquerda Europeia representam a esperança do nosso povo e de todos os povos europeus por um futuro melhor.
O futuro está aí. Acreditamos com otimismo que podemos mudar a situação na Grécia e na Europa.
Artigo publicado no portal do Syriza Paris. Tradução: Vassiliki Papadaki