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Presidenciais EUA: Biden à frente, Trump diz que estão a roubar eleição

Os resultados até ao momento indicam que o democrata tem 238 votos no Colégio Eleitoral e o republicano 213, com cinco estados importantes por apurar. O Twitter marcou como desinformação a declaração de Trump de que foi “uma grande vitória”. O presidente diz que recorrerá ao Supremo para esta ser reconhecida.
Trump na noite eleitoral a reclamar vitória mas a dizer que está a ser roubado. Foto de CHRIS KLEPONIS/EPA/Lusa.
Trump na noite eleitoral a reclamar vitória mas a dizer que está a ser roubado. Foto de CHRIS KLEPONIS/EPA/Lusa.

Segundo as contagens disponíveis até ao momento, Joe Biden vai ligeiramente à frente, quer no número de “grandes eleitores” do colégio eleitoral que designará o vencedor quer na soma total dos votos dos eleitores. Biden recolherá, para já, 238 votos do colégio eleitoral, Trump 213. O vencedor tem de chegar pelo menos aos 270.

No voto direto, Joe Biden tornou-se já o candidato mais votado da história do país. Tem até ao momento 69.776.715 votos, tendo alcançado já mais quatro milhões de que Hillary Clinton, e superado os 69.498.516 de Obama em 2008. Dada a grande afluência às urnas também Trump pode tornar-se o segundo mais votado de sempre. Neste momento ocupa a terceira posição e já tem mais do que em 2016.

Não aconteceu uma “onda azul” de rejeição ao atual presidente e, por isso, a eleição está presa pelo resultado de um punhado de estados decisivos. Em vários dos estados mais disputados, os resultados têm caído para os mesmos lados do que em 2016. Trump venceu a Florida, o mesmo aconteceu no Ohio. A surpresa podia até ter sido o Texas, tradicionalmente republicano, mas onde o democrata registou uma boa votação. Já o Arizona, que tem votado republicano desde 1996, virou.

Agora é o país está em suspenso com os resultados de cinco estados: Georgia, Nevada, Pensilvânia, Michigan e Wisconsin onde os candidatos têm contagens mais ou menos aproximadas.

Biden precisa de confirmar a vitória em três destes estados onde jáestá à frente. No Wisconsin já foram contados mais de 95% dos votos e tem mais 20.000 votos. Trump já anunciou que pedirá uma recontagem neste estado. No Michigan, contados à volta de 90%, também lidera mas a margem é de décimas: 49,3% contra 49,1%. No Nevada foram contados 86% dos votos e a diferença é de cerca de oito mil votos, vantagem Biden.

Sentido diferente na Pensilvânia onde, com 70% dos votos contados, Trump lidera confortavelmente por 600.000, apesar de faltarem processar votos em áreas onde os democratas têm mais apoio como Filadélfia e Pittsburgh. Também na Georgia com 94% dos votos contados Trump tem 50,5% e Biden 48,3%. Também aqui os democratas salientam que faltam contar algumas zonas em Atlanta que lhes são mais favoráveis.

Para já, Biden venceu: Arizona, Califórnia, Colorado, Connecticut, Delaware, Distrito de Columbia, Havaí, Illinois, Maine, Maryland, Massachusetts, Minnesota, New Hampshire, Nova Jersey, Novo México, Nova Iorque, Oregon, Rhode Island, Vermont, Virgínia, Washington. Ao passo que Trump ganhou: Alabama, Arkansas, Carolina do Sul, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Florida, Idaho, Indiana, Kansas, Kentucky, Louisiana, Mississípi, Missouri, Montana, Ohio, Oklahoma, Tennessee, Texas, Utah, Virgínia Ocidental e Wyoming.

Biden prudente, Trump declara vitória

As declarações, e tweets, da noite eleitoral também seguiram as tendências dos últimos dias. Biden mostrou-se confiante e prudente, dizendo que quem declara vitórias nas eleições não são os candidatos mas os eleitores e assinalando que “estamos fartos do caos, estamos fartos dos ‘tweets’, da raiva, do ódio, do fracasso, da irresponsabilidade”.

Trump cumpriu com que o que ameaçava: ameaçou. Primeiro, através do Twitter, acusou o lado contrário de querer roubar eleições e falou em “grande vitória”, publicação marcada pela rede social como sendo “desinformação”.

Depois, em conferência de imprensa, declarou: "francamente, nós ganhámos as eleições". Na mesma intervenção disse que estava “muito triste” por ter de recorrer ao Supremo Tribunal para que a sua “vitória” fosse reconhecida e falou em fraude sem apresentar qualquer indício. O presidente poderá recorrer ao órgão judicial máximo do país na esperança que a maioria dos juízes, que lhe é afeta, decida a seu favor questões sobre os votos não presenciais.

Contagens tardias, processos demorados

Para já, sem ainda haver um vencedor claro, o processo de contagem ameaça arrastar-se em pelo menos sete estados por causa dos milhões de votos antecipados e por correspondência. Na Pensilvânia os resultados só estarão disponíveis provavelmente na sexta-feira. No Wisconsin a contagem destes votos será começada só agora, depois do dia das eleições. Também no Michigan estes votos ainda não estão a ser contados.

A “fase judicial” provavelmente terá prazos ainda mais demorados. À contagem tardia espera-se que se some uma avalanche de processos judiciais visando este tipo de votos. A intervenção do Supremo Tribunal acontecerá no final dessa via. Ou quando o presidente a ele recorrer.

Texto atualizado às 18.05 com mais resultados.

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