Precários da PT-MEO voltam à greve

26 de fevereiro 2018 - 16:35

Os trabalhadores da PT-MEO em regime de outsourcing e trabalho temporário iniciaram uma greve de 48h no domingo, dia 25 de fevereiro, pela defesa de salários compatíveis com as suas funções, melhores condições de trabalho e a integração nos quadros efetivos da empresa.

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Foto de arquivo do Bloco de Esquerda do Porto.

Embora o protesto seja encabeçado pelos trabalhadores da Manpower ao serviço da PT-MEO, o pré-aviso de greve “abrange todos os trabalhadores das telecomunicações em regime de outsourcing e trabalho temporário", segundo sinalizou Hernâni Marinho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual.

No ano passado, a luta dos trabalhadores precários da PT-MEO motivou várias reuniões plenárias e concentrações, que culminaram em quatro greves, a última a 13 de novembro.

De acordo com números avançados pelo Sindicato, e citados pela Sic Notícias, a paralisação que teve início às 0h de domingo, e se prolonga até às 24h desta segunda-feira, dia 26 de fevereiro, conta com uma adesão de cerca de 50%.

Em causa está a defesa de salários compatíveis com o grau de responsabilidade das suas funções altamente qualificadas, melhores condições de trabalho e a integração nos quadros efetivos de milhares de trabalhadores que desempenham funções permanentes na PT-MEO, alguns há quase vinte anos, mas que se mantêm vinculados a empresas de outsourcing e/ou trabalho temporário.

De acordo com Hernâni Marinho, a "determinação e confiança na luta” dos trabalhadores da Manpower “está a ser seguida com muito entusiasmo por muitos milhares de trabalhadores", entre os quais os que trabalham para a PT através de outras empresas de outsourcing, como a Randstad, a Talenter ou a Egor, mas também por profissionais que trabalham "nas mesmas condições" para outros operadores, "como a Vodafone e a NOS", ou que trabalham em empresas de outros setores "reincidentes no recurso ao outsourcing e trabalho temporário e na busca da exploração de mão-de-obra altamente qualificada paga com o salário mínimo nacional".

Com esta nova paralisação, os trabalhadores pretendem dar “um sinal muito forte de que não serão os magros salários que a Manpower lhes paga que virá a ser factor para condicionar ou desmobilizar a luta”, referiu o dirigente sindical.

“Pelo contrário, a recusa do dialogo por parte das empresas, está a originar um clima de crescente descontentamento e desmotivação, transversal a todos os locais onde os trabalhadores se encontram em serviço”, acrescentou.

Esta segunda-feira, dia 26 de fevereiro, os trabalhadores estiveram concentrados numa ação de protesto em frente aos escritórios da Manpower no Porto.