EUA lideram ofensiva militar na Líbia

19 de março 2011 - 16:58

Um dia depois do Conselho de Segurança ter autorizado a zona de restrição aérea, é lançada a ofensiva militar na Líbia, liderada pelos EUA. Aviões franceses já abateram quatro tanques de forças pró-Kadhafi e os EUA iniciaram o lançamento de mísseis cruzeiro.

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O Reino Unido, a Itália e o Canadá também já estão envolvidos nas operações militares. Foto Al Jazeera.

Durante a primeira fase da ofensiva militar, denominada "Odyssey Dawn", os EUA irão atacar o sistema de defesa anti-mísseis da Líbia, que se encontra, principalmente, perto de Tripoli e Misurata, e os aviões franceses destruirão os aeroportos líbios.

Ainda não é conhecida a data da segunda vaga das operações militares, que se vão concentrar na destruição das forças terrestre e tanques do regime de Kadhafi.

Os aviões franceses já abateram, entretanto, quatro tanques das forças pró-Kadhafi, tendo o primeiro tiro sido disparado às16h45m, e os Estados Unidos da América já lançaram mísseis cruzeiro através do seu navio situado no Mar Mediterrâneo.

A televisão estatal líbia noticiou que foram bombardeados alvos civis em Tripoli, assim como pontos de combustível em Misurata, tendo sido, inclusive, registadas “baixas civis em resultado destas agressões”.

O Reino Unido, a Itália e o Canadá também já estão envolvidos nestas operações.

A Reuters já havia noticiado que o porta-voz da Força Aérea dinamarquesa garantiu que os seis F-16 que chegaram à base aérea dos EUA em Sigonella, na Sicília, este sábado, estarão prontos para a operação na Líbia no próximo domingo.

O Canadá também já disponibilizou seis FC-18 para ajudar a impor a zona de exclusão aérea.

A Itália propôs, entretanto, a utilização de sete bases militares para ajudar a impor a zona de exclusão aérea sobre a Líbia.

Testemunhas afirmaram neste sábado que cinco americanos F-18, dois C-17 e um avião de carga C-130 também já pousaram este sábado na base aérea dos EUA em Aviano, no norte da Itália.

Operações irão “continuar nos próximos dias

O ministro dos negócios estrangeiros francês já declarou que as operações irão “continuar nos próximos dias” até que o regime de Kadhafi cumpra a Resolução 1973 da ONU.

Os EUA afirmaram que não estão planeadas quaisquer ofensivas para Benghazi, mas que a zona de exclusão aérea irá abranger Tripoli, Sabha, Natoura, Misurata and Benghazi.

No início da tarde de sábado, já era conhecido o comunicado emanado da Cimeira de Paris sobre a Líbia, onde podia ler-se: "O nosso compromisso é de longo prazo: não vamos deixar que o coronel Kadhafi, e o seu regime, continuem a desafiar a vontade da comunidade internacional e a desdenhar do seu povo”. Os líderes mundiais afirmam ainda que vão continuar a sua “ajuda aos líbios para que eles possam reconstruir o seu país, respeitando plenamente a soberania da Líbia e a integridade territorial".

Questionado sobre se a acção militar seria desencadeada imediatamente, o primeiro-ministro britânico já havia afirmado que Kadhafi “mentiu à comunidade internacional”, tendo quebrado o cessar-fogo, e que seria urgente ”fazer valer a vontade da Organização das Nações Unidas”.

O primeiro-ministro francês Sarkozy confirmou, entretanto, que aviões de combate franceses já estavam a aplicar a zona de exclusão aérea sobre a Líbia, em particular em Benghazi.

Confrontos continuam em redor das cidades de Benghazi e Misrata

Segundo noticia o Guardian, os confrontos continuam em redor das cidades de Benghazi e Misrata, ainda controladas pelos rebeldes, apesar do governo de Kadhafi ter afirmando que iria honrar o cessar-fogo apoiado pela ONU. O governo líbio nega, no entanto, estas afirmações e diz que não tomou qualquer acção militar em Benghazi.

Um avião de combate terá sido abatido sobre Benghazi. Embora inicialmente se pensasse que este pertenceria às forças de Kadhafi, os rebeldes na cidade esclareceram que este era o seu único jacto, que caiu enquanto tentava atacar tropas pró-Kadhafi na periferia da cidade.

Milhares de civis já fugiram de Benghazi, viajando em direcção à fronteira egípcia.