Patamar de aquecimento catástrofico do clima cada vez mais próximo, diz OMM

28 de maio 2025 - 12:37

Um estudo da Organização Meteorológica Mundial mostra com um grau de certeza de 70% que o aquecimento médio da Terra ultrapassará em mais de 1,5°C os níveis pré-industriais nos próximos cinco anos.

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Capa relatório OMM
Capa relatório OMM

A Organização Meteorológica Mundial publicou esta quarta-feira um relatório onde estima com um grau de certeza de 70% que o aquecimento médio da Terra ultrapassará em mais de 1,5°C os níveis pré-industriais nos próximos cinco anos.

Ko Barrett, a secretária-geral adjunta desta organização das Nações Unidas. explicou que o documento "infelizmente não deixa entrever nenhum alívio" depois de 2023 e 2024 terem sido os dois anos mais quentes desde que há registos.

No estudo, o Met Office, serviço meteorológico britânico, aponta igualmente para a década mais quente, afirmando o seu responsável, Adam Scaife, que as previsões não deixam de ser "um choque" apesar de "já termos pensado que era plausível neste estádio".

Os especialistas alertam que cada fração de grau de aquecimento poderá ter consequências como intensificação de vagas de calor, chuvas ou secas, derretimento das calotes polares e de glaciares.

Para além da probabilidade de 80% do recorde máximo das temperaturas voltar a ser quebrado pelo menos uma vez nos próximos cinco anos, a OMM também encontra, pela primeira vez, uma possibilidade, ainda que pequena, de se superarem os 2°C antes de 2030.

Contudo, já antes se falava em probabilidades ínfimas de aquecimento que se vieram a confirmar. Antes de 2014, por exemplo, apresentava-se como implausível que o nível de subida de temperatura medido anualmente ultrapassasse aquele patamar de 1,5°C. O que aconteceu em 2024 pela primeira vez, naquele que foi o ano mais quente num período de 175 anos. Agora, o grau de certeza que isso voltará a acontecer nos próximos cinco anos passou de 40%, estimados em 2020, para 86% este ano.

Chris Hewitt, diretor de serviços climáticos da OMM, resumiu a situação como estando perante uma "imagem preocupante" mas considerou que ainda não é tarde demais: "1,5°C não é inevitável", pelo que "devemos avançar com ação climática".

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