“Amanhã, dia 8 de dezembro, deverá ser um dia de raiva e o início de uma grande revolta, que chamarei de Intifada da Liberdade de Jerusalém e a Cisjordânia”, prometeu Ismail Hanieh, o líder do Hamas.
Mas os confrontos começaram esta quinta, com barricadas de pneus queimados e pedras atiradas aos soldados israelitas nas ruas da Cisjordânia e na Faixa de Gaza e dezenas de jovens presos pelo exército. A greve decretada contra o anúncio de Donald Trump foi cumprida também em muitas zonas de Jerusalém Oriental.

A atualização feita pelo Crescente Vermelho da Palestina na noite de quinta-feira dava conta da existência de 108 palestinianos feridos. Quatro foram baleados com fogo real e outros dezoito com balas de borracha. O exército israelita anunciou o reforço da presença nos territórios ocupados com vários batalhões de soldados.
Protestos alastram na região
A indignação com o reconhecimento por parte dos EUA de Jerusalém como capital israelita cruzou fronteiras esta quinta-feira, com protestos na Jordânia, em frente à embaixada dos EUA em Amã, e também em várias cidades na Tunísia.
No Líbano, o líder do Hezbollah apelou aos governos para que vão além das palavras e retirem os seus diplomatas de Telavive. As condenações estenderam-se aos Emirados Árabes, Arábia Saudita, Turquia e Iraque, onde a influente milícia Harakat al-Nujaba, que também combate na Síria e é apoiada pelo Irão, afirmou que a decisão de Trump significava uma “razão legítima” para tornar as forças dos EUA no país num alvo a abater.
Na frente diplomática, o Conselho de Segurança da ONU vai reunir esta sexta-feira, a pedido de 8 dos seus 15 membros, para discutir o anúncio de Donald Trump que veio dificultar ainda mais as tentativas de encontrar soluções de paz para a região.