O ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos, David van Weel, anunciou ao parlamento neerlandês que deu instruções para a elaboração de um decreto sobre a proibição de importações de bens oriundos dos colonatos ilegais de Israel na Cisjordânia.
A medida é justificada com os planos de expansão dos colonatos por parte do governo de Netanyahu e com a ofensiva militar sobre Gaza, refere a agência Reuters. O governo neerlandês afirmou-se também favorável ao anúncio de Ursula von der Leyen, que propôs esta quarta-feira suspender a parte relativa ao comércio no acordo de associação entre a União Europeia e Israel.
Os Países Baixos são um dos principais importadores mundiais de produtos israelitas, embora o ministro não tenha especificado qual a fatia dessas importações que tem como origem os colonatos na Cisjordânia.
O governo que se encontra em gestão, após ter caído no início de junho, já tinha imposto em julho a proibição de entrada no país de Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, os dois ministros israelitas que incitaram à violência contra palestinianos e apelaram à “limpeza étnica” de Gaza. Mas a resistência do executivo em ir mais longe nas sanções foi o motivo apresentado a 22 de agosto para o pedido de demissão do antecessor de van Weel na pasta, Casper Veldkamp. Em maio, Veldjamp já tinha apelado à revisão do acordo comercial UE/Israel numa carta dirigida à responsável pela diplomacia da UE, Kaja Kallas.