Esta quinta-feira, no Largo do Carmo onde decorre a montagem do Arraial dos Cravos, Mariana Mortágua criticou a decisão do Governo de adiar a parte festiva das cerimónias do 25 de abril a seu cargo, que vê com uma “enorme incompreensão”. Para ela, trata-se de um “desrespeito pelo dia da liberdade”.
A coordenadora do Bloco insiste que “não podemos aceitar que um Governo decida que o 25 de Abril é uma data descartável que se pode celebrar noutra data qualquer”. Assim, vinca, “não vamos esperar uma semana para celebrar a democracia, para celebrar o voto livre, o voto universal, a primeira vez que as mulheres puderam votar, em igualdade, não esperamos uma semana para celebrar o fim da censura, para celebrar o fim da ditadura e o fim de uma guerra colonial que arrastou milhares de pessoas para a morte e para o sofrimento”.
Recordando que “Portugal teve uma das mais longas ditaduras da Europa”, considerou que “pode haver um Governo de direita que não respeita o 25 de Abril, mas essa não é certamente a vontade da maioria do povo português”.
Assim, apelou “para que toda a gente que quer celebrar a liberdade, o voto e esse projeto coletivo de liberdade que sai à rua amanhã”.
Com o Governo a avançar com a desculpa do luto nacional pela morte do Papa Francisco, Mariana Mortágua reiterou que “a melhor forma de respeitar a memória e o legado de um homem bom” é “celebrar a democracia e a liberdade”. “Essa foi a mensagem que crentes e não crentes receberam do Papa Francisco”, rematou.