Habitação

“A nossa luta não termina sem uma vida digna”: concentração juntou centenas contra crise habitacional

31 de julho 2025 - 15:13

Centenas de pessoas juntaram-se em Lisboa para exigir soluções urgentes para a crise da habitação. Vida Justa entregou ao Governo uma carta com milhares de assinaturas e o apelo: parar os despejos, garantir uma vida digna.

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Protesto
Fotografia de António Pedro Santos/Lusa.

Centenas de pessoas juntaram-se no final de tarde de quarta-feira em frente à sede do Governo, em Lisboa, para mostrar a sua solidariedade com dezenas de moradores dos bairros da periferia da capital. O movimento Vida Justa, que organizou o protesto, entregou ao Governo uma carta aberta com milhares de assinaturas que pede um programa de emergência nacional para responder à crise de habitação.

“Estamos juntos, estamos fortes” foi um dos gritos ecoado no centro da cidade de Lisboa, onde vários ativistas da Vida Justa acusaram o Governo de incapacidade de resolução dos problemas de habitação em Portugal. Moradores dos bairros de Penajoia e Raposo, em Almada, Santa Marta, Talude, Quinta do Mocho e Estrada Militar estiveram presentes no protesto.

Foi no final da rua Bocage que o trânsito foi cortado. Em pleno verão, centenas de pessoas afetadas pela crise de habitação, ativistas e pessoas solidárias reclamaram o fim das demolições sem alternativa, garantindo que “o povo unido já mais será vencido”.

“A nossa luta não termina até que nós todos tenhamos uma vida digna”, disse um dos ativistas da Vida Justa, enquanto o discurso era entrecortado com cânticos de “Talude” ou “Estrada Militar”, num despique fraterno.

À Lusa, Luísa Semedo, do Vida Justa, disse que “o Governo não vê o povo, o Governo não nos vê a nós há muitos anos”. A ativista explicou que o trabalho da Vida Justa naqueles bairros tem sido o de “orientar” a luta daquelas pessoas pelos seus direitos e pelas suas reivindicações.

A carta aberta “Parar os despejos e resolver a situação da habitação” contou com mais de 3.200 subscrições individuais e cerca de 150 organizações apoiantes. Depois de entregarem a carta ao secretário-geral adjunto, que se comprometeu a passá-la ao Governo, o representante dos moradores do Talude Militar, Engels Amaral, sublinhou que “o problema atual da habitação não é só um problema dos bairros, é um problemas do país”.

O Vida Justa contabiliza 23 bairros de barracas na Grande Lisboa e assinala que “há cada vez mais famílias trabalhadoras que não conseguem alugar uma casa e nem sequer um quarto”.