A ação, apresentada pelo The New York Times perante o Tribunal Distrital Federal de Manhattan, afirma que milhões de artigos publicados pelo título foram usados para treinar chatbots automatizados que agora competem com o meio de comunicação como fonte de informação confiável.
O jornal diário norte-americano considera que o OpenAI e a Microsoft devem ser responsabilizados por “milhares de milhões de dólares em danos legais e reais” relacionados com a “cópia e utilização ilegal de obras de valor único do The Times”.
“Os réus procuram aproveitar o enorme investimento do The Times no seu jornalismo”, refere a publicação, que acusa o OpenAI e a Microsoft de usarem os seus conteúdos “sem pagamento para criar produtos que substituam o The Times e roubem o seu público”.
O processo também destaca os danos potenciais para a marca do The Times por causa das “alucinações” da IA, um fenómeno em que chatbots inserem informações falsas que são erroneamente atribuídas a uma fonte. A denúncia cita vários casos em que o Bing Chat da Microsoft forneceu informações incorretas que, alegadamente, teriam origem no The Times.
A Meta e o OpenAI têm vindo a ser alvo de inúmeras ações judiciais, o que levou Richard Tofel, ex-presidente da redação sem fins lucrativos ProPublica e consultor do setor de notícias, a afirmar que “uma decisão do Supremo Tribunal é essencialmente inevitável”.
“Algumas das editoras aceitarão um acordo por algum período de tempo – incluindo ainda possivelmente o The Times – mas um número suficiente de editoras não o fará, e esta nova e crucial questão da lei de direitos autorais terá de ser resolvida”, apontou Richard Tofel.
Na ação movida na quarta-feira, o The Times explica que abordou a Microsoft e o OpenAI em abril para levantar preocupações sobre a utilização da sua propriedade intelectual e explorar “uma resolução amigável”. No entanto, as negociações não chegaram a nenhuma resolução.
Alguns meios de comunicação já chegaram a acordos para a utilização do seu jornalismo, como é o caso da Associated Press, que fechou um acordo de licenciamento em julho com a OpenAI, e da Axel Springer, a editora alemã proprietária do Politico e do Business Insider, que fez o mesmo este mês. Os termos desses acordos não foram divulgados.