México nacionaliza 13 centrais elétricas

02 de março 2024 - 10:05

O presidente López Obrador diz que o objetivo é abastecer os consumidores com “energia elétrica barata sem fins lucrativos”.

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AMLO na apresentação da nacionalização das centrais elétricas. Foto da presidência do México.
AMLO na apresentação da nacionalização das centrais elétricas. Foto da presidência do México.

Esta terça-feira, durante uma visita à central elétrica de Tamazunchale, no estado de San Luis Potosí, o presidente mexicano Andrés López Obrador, anunciou a concretização final da compra de 13 centrais elétricas à espanhola Iberdrola por 6.200 milhões de dólares. O objetivo é fazer “regressar o privado ao público” e assim “continuar a abastecer todos os consumidores com energia elétrica barata sem fins lucrativos”.

O governante celebrou assim que a Comissão Federal de Eletricidade, a empresa elétrica estatal, passe a possuir “mais de 50% da geração de energia elétrica”. Com esta compra, a empresa aumenta a sua quota de 39% para 56%. Defendeu na ocasião que “onde apenas se está a privatizar o serviço elétrico as tarifas são altíssimas”.

Para ele, “o objetivo dos neoliberais era acabar com as empresas estatais e privatizar tudo”. E “se tivéssemos continuado nesse caminho, hoje a Comissão Federal de Eletricidade estaria produzindo no máximo 10% da energia elétrica consumida pelo país, as tarifas seriam altíssimas porque não haveria controlo de preço”.

As centrais compradas têm uma capacidade instalada de 8.539 megawatts, 99% dos quais a ciclos combinados de gás e uma das centrais a energia eólica. E o governo mexicano apresentou a operação como um passo decisivo para a soberania energética do país.

Também o diretor da CFE, Manuel Bartlett, citado pelo La Jornada, usa os mesmos argumentos da soberania energética e do direito à eletricidade a preços acessíveis. Na sua visão, a CFE não pretende ser um monopólio mas uma empresa estratégica que elimine os riscos da dependência externa ou de empresas privadas. Defendeu até que a Constituição deveria ter como objetivo “preservar a segurança e auto-suficiência energética da nação e providenciar ao povo a eletricidade ao menor preço, evitando o lucro”.

Também sublinhou a existência de um serviço de Internet do Estado mexicano que “constitui um serviço público estratégico para evitar que uma parte da população, por motivos económicos, careça deste acesso fundamental”. Igualmente neste caso seria “necessário juntar um critério constitucional para o garantir”, defendeu.