Mariana Mortágua foi entrevistada na noite desta segunda-feira na SIC Notícias, onde confirmou o objetivo de que o partido faça uma “reflexão” e um “balanço aberto” sobre o “resultado duro” das eleições legislativas de 18 de maio de 2025. Parte desse processo é a convocação de uma nova convenção “para que toda a militância possa participar no balanço e ajudar a definir o rumo do partido”.
Entre os objetivos da reflexão que o Bloco de Esquerda se propõe a fazer estão as “razões internas”, os “erros cometidos” e os “desacertos”, mas também pensar “que caminhos se abrem para o futuro” para “conseguir contrariar esta viragem à direita”. Numa intervenção onde reforçou a “importância da humildade”, a coordenadora do Bloco de Esquerda assumiu ser “difícil apontar um único fator” e prometeu um balanço “da forma mais aberta possível” com “vários elementos a considerar”.
“Temos de admitir que não fomos capazes de comunicar as nossas prioridades de campanha, o que não quer dizer que elas não fossem justas”, disse Mariana Mortágua. “A habitação é uma prioridade para o país, o trabalho por turnos é uma prioridade e a justiça fiscal também”.
Face ao resultado eleitoral das eleições legislativas, a coordenadora do Bloco de Esquerda salientou que “o Bloco é o partido que mais perde, mas a esquerda perde muito” no seu todo. E apontou a possibilidade de uma revisão constitucional à direita como um perigo para o qual a esquerda tem de se mobilizar e dialogar.
Outra oportunidade para essas convergências são as eleições autárquicas que se avizinham, onde a coordenadora do Bloco de Esquerda identificou “diálogos que já estavam a acontecer” e que espera que “possam alargar-se e aprofundar-se” para “agregar e juntar forças” por todo o país.