Lítio

Manifesto solidário com luta contra mina do Barroso junta mais de 100 associações

03 de fevereiro 2025 - 14:36

Cerca de 115 associações e coletivos e 850 cidadãos subscrevem o manifesto a alertar para os perigos do projeto da Savannah Resources.

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Manifestação em Covas do Barroso
Manifestação em Covas do Barroso. Foto Rede Ecossocialista do Porto/Facebook

O “Manifesto em solidariedade com os sete anos de luta na região do Barroso” - aberto à subscrição aqui - já juntou cerca de 115 associações e 850 cidadãos em nome individual em apoio da “resistência das populações locais contra a falsa transição verde e o extrativismo liberal”. Insurgem-se contra o projeto da Savannah Resources, “uma empresa que nunca extraiu um mineral que fosse do chão da nossa terra – aqui e em qualquer lugar do Planeta – e sem qualquer experiência em mineração”, que acusam de poder vir a acabar “com um dos territórios europeus com maior biodiversidade, fruto da relação harmónica e ancestral entre os seus habitantes e os recursos naturais”.

Os signatários denunciam também “os interesses opacos do mercantilismo extrativista” por parte de “uma multinacional que nunca produziu nem um tostão furado nem extraiu um torrão de terra” e que já ganhou “milhões à custa da angústia, da incerteza e das ameaças às nossas avós, apenas por estar no Alternative Investment Market da Bolsa de Londres”.

Em relação ao despacho da secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, que autoriza a constituição de servidão administrativa, permitindo à empresa aceder a terrenos privados para a prospeção de lítio, os signatários do manifesto falam de  “uma decisão anti-democrática que nos coloca em legítima defesa” e que foi tomada “contra a vontade das organizações colectivas (Juntas de compartes) que gerem os baldios e dos particulares/privados, que veem assim as suas terras invadidas”.

“Aqueles que amam demasiado as coisas e não o bastante os seres viventes, aqueles que só amam os outros seres se os objetivarem e os tornarem coisas, se os escravizarem ou aniquilarem, não podem passar”, avisam os signatários, invocando um estudo do geólogo Steven Emerman, da Universidade estadunidense de Princeton que alerta para o risco de “falha catastrófica na barragem de rejeitados proposta pela empresa promotora”. 

Entre os subscritores coletivos estão a Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, Associação Portuguesa de Antropologia (APA), - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), a associação de defesa do ambiente Campo Aberto, Ambiente em Zonas Uraníferas (AZU) e a ÍRIS - Associação Nacional de Ambiente.

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