Hosni Mubarak falou ao país pela televisão para dizer que quer manter-se no poder, que não se candidatará nas próximas eleições presidenciais marcadas para Setembro e promete o início imediato de uma transição, considerando que sem ele o país cairá no caos.
O discurso foi recebido pelos manifestantes da praça Tahir no Cairo com apupos e gritos “Fora, Fora”. Milhares de manifestantes permaneceram na praça após o discurso e durante a noite, exigindo a saída imediata de Hosni Mubarak.
Duas horas depois do discurso do ditador egípcio, o presidente dos Estados Unidos da América Barack Obama fez um discurso para pedir que a transição para a democracia no Egipto comece “agora”, não se pronunciou sobre a saída imediata de Mubarak, mas pediu ao exército egípcio que garanta que a mudança se processa de forma pacífica e ordeira.
Os partidos da oposição a Mubarak, envolvendo os principais partidos da oposição incluindo a Assembleia para a Mudança de Baradei e a Irmandade Muçulmana, chegaram entretanto a um acordo, em que recusam negociações com Mubarak e exigem a sua saída até à próxima sexta feira. O acordo coloca ainda a exigência de formação de um Governo de unidade nacional, a dissolução do parlamento e a criação de uma Assembleia Constituinte, que fixe em dois o número máximo de mandatos do presidente. Os partidos da oposição designaram um grupo de 10 personalidades onde se incluem Mohamed el Baradei, Amr Musa, secretário geral da Liga Árabe, e o prémio Nobel da Química, Ahmed Zewail, que é professor nos Estados Unidos para realizar as conversações para a transição. Este grupo de 10 personalidades já terá tido conversações com o exército e predispõe-se a negociar com o número dois do regime, o vice-presidente Omar Suleiman.
Se Mubarak não sair até sexta feira a oposição ameaça organizar uma manifestação, nesse dia, em direcção ao Palácio Presidencial.