Demissão de Mubarak pedida também em Lisboa

02 de fevereiro 2011 - 2:17

O apelo correu nas redes sociais e duas centenas de pessoas juntaram-se ao fim da tarde de terça-feira no centro de Lisboa para expressar "solidariedade com a luta do povo egípcio".

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Solidariedade com a revolução egípcia em Lisboa. Foto Ana Feijão

O Largo Camões foi o local escolhido para este protesto convocado de véspera através da rede social Facebook. Francisco Silva, um dos promotores, explicou ao esquerda.net que a intenção foi "chegar em pouco tempo a um grande número de pessoas, em particular mais jovens, que utilizam as redes sociais" que nos últimos dias reproduzem quase ao minuto a luta política nas ruas do Egipto.



"A liberdade de expressão é essencial em qualquer democracia, facto que não se verifica no Egipto", dizia o comunicado que convocou esta concentração, referindo-se também à repressão policial e ao corte da internet e comunicações móveis no país. Durante a concentração foram recolhidas assinaturas a pedir o fim da repressão e da violência sobre os manifestantes pela liberdade, que serão entregues na embaixada do Egipto.



"Se estivéssemos na mesma situação em Portugal, certamente gostaríamos de sentir a solidariedade dos povos doutros países, e não apenas dos governos e das instituições", disse ainda Francisco Silva, blogger do Adeus Lenine.



Nesta concentração participaram colectivos e organizações como o Comité de Solidariedade com a Palestina, Solidariedade Imigrante, SOS Racismo, Plataforma Anti-Guerra Anti-NATO e o Comité Liberdade para Mumia Abu Jamal. Estiveram também presentes dirigentes do Bloco de Esquerda e da Juventude Socialista.



Os manifestantes entoaram palavras de ordem pela saída do ditador Mubarak, o mote que também preenchia as mensagens nas faixas e pancartas. Em declarações ao esquerda.net, o deputado José Manuel Pureza afirmou que a solidariedade do Bloco de Esquerda na luta contra a ditadura de Mubarak está também associada a um sentimento de "forte indignação com estas ditaduras que são protegidas pelas grandes potências, precisamente as mesmas potências que agora vêm aconselhar prudência aos povos que querem conquistar a liberdade que lhes foi negada durante décadas".

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