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Israel anuncia mais 3 mil novas casas em território palestiniano

A política de expansão agressiva dos colonatos é claramente caucionada pela nova administração de Donald Trump, sendo previsível um recrudescimento da tensão entre israelitas e palestinianos.
Donald Trump e Benjamin Netanyahu
Donald Trump e Benjamin Netanyahu

Israel anunciou planos para construir mais 3 mil novas casas, reforçando os colonatos que mantém em território palestiniano ocupado. Este anúncio surge apenas uma semana depois de Netanyahu anunciar outras 2,5 mil casas na Palestina e outras 600 casas em Jerusalém, numa iniciativa claramente impulsionada pela nova administração Trump. 

Esta iniciativa surge após as ameaças que lançou no final do mandato Obama por reação ao voto condenatório do conselho de segurança da ONU sobre os colonatos. Meir Turgeman, o vice-presidente do município de Jerusalém e membro do comité de planeamento e construção, disse à Rádio Israel que as licenças de construção teriam sido congeladas até ao final da administração Obama. 

Benjamin Netanyahu considerava a 20 de janeiro que Trump iria permitir uma "nova era" nas relações entre os EUA e Israel, com Trump a prometer transferir a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém, algo que congelaria qualquer avanço para uma solução de dois estados soberanos dado que os palestinianos sempre consideraram a cidade como a capital do futuro estado. O embaixador dos EUA para Israel nomeado por Trump, David Friedman, é um apoiante da expansã dos colonatos e deixou clara a intenção de se instalar em Jerusalém. 

Os colonatos, considerados ilegais pela comunidade internacional, albergam hoje 430 mil israelitas em território palestiniano e outros 200 mil em Jerusalém, numa política de ocupação progressiva de território que nunca verdadeiramente cessou passando apenas por períodos de congelamento de novas construções. No entanto, o Supremo Tribunal de Israel declarou que o colonato de Amona era ilegal em 2014, tendo sido marcada a expulsão dos habitantes para o próximo dia 8 de fevereiro. Esta decisão está a provocar cisões no executivo de Netanyahu, dominado pela extrema-direita fortemente apoiante da expansão de colonatos, o que pode explicar a decisão de Netanyahu em anunciar novas construções como compensação política. 

 

 

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