Este sábado assinala-se o Dia Internacional pela proibição dos voos noturnos nos aeroportos, uma iniciativa apoiada por 200 organizações e que contará com ações em países como a Bélgica, Coreia do Sul e Estados Unidos. Também em Portugal, 13 associações ligadas ao ambiente e moradores de Lisboa juntaram-se para afirmar que “os voos entre as 23h e as 7h são prejudiciais à saúde e ao clima, são injustos e precisam de ser eliminados agora”.
Em Lisboa, as associações decidiram colocar linhas vermelhas nas fachadas dos seus edifícios “para denunciar a situação desesperante de saúde pública que o tráfego aéreo representa hoje na cidade”, refere a organização da campanha que chama a atenção para os problemas de exposição ao ruído e poluição atmosférica das aeronaves, que têm “graves consequências para a saúde, como doenças cardiovasculares, deficiência cognitiva em crianças, problemas de saúde mental, distúrbios do sono e diabetes”.
Calcula-se que na Europa mais de 3,4 milhões de pessoas são expostos a ruídos acima do limite legal na proximidade de 98 aeroportos. Em Lisboa, segundo a associação Zero, há em média mais de 80 voos a perturbar o sono noturno, com um ruído acima dos 45 decibéis, mais cinco do que o máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
Os ativistas denunciam ainda a “expansão ilegal da capacidade do aeroporto Humberto Delgado”, feita sem qualquer avaliação de impacte no ambiente e saúde, com mais de 40 voos por hora em muitos períodos do dia. E acusam o Estado de desresponsabilizar os poluidores por entregar 10 milhões de euros para obras de isolamento acústico perto do aeroporto em vez de obrigar a ANA a acabar com os voos noturnos.
A petição “Direito ao sono - Pelo fim dos voos nocturnos no Aeroporto Humberto Delgado” já conta com mais de 2.500 assinaturas online e em papel e está disponível aqui para subscrição online. As associações recolhem assinaturas este sábado às 15h no Bairro Azil (junto ao Corte Inglês, em Lisboa).
As associações promotoras da iniciativa deste sábado são a ATERRA, Associação dos Inquilinos Lisbonenses, Climáximo, Morar em Lisboa, Lisboa Possível, Quercus, Rede Ecossocialista, Iris - Associação Nacional de Ambiente, XR Portugal, GEOTA, Rede para o Decrescimento, Greve Climática Estudantil Lisboa e HabiRizoma - Secção de Habitação da Rizoma Cooperativa Integral.