Em declarações aos jornalistas a bordo de um comboio na linha do Douro, o líder parlamentar bloquista afirmou que "as pessoas não andam de comboio por falta de vontade mas antes porque há falta de oferta de horários e ligações a outras regiões do Douro o que acarreta problemas de mobilidade".
“É preciso chamar a atenção para essa necessidade de investimento que é não só amiga do ambiente mas ajuda as pessoas na sua mobilidade”, afirmou Pedro Filipe Soares, tendo acrescentado que "a ferrovia garante um melhor desenvolvimento do país e valoriza os nossos ativos turísticos".
E deu como exemplo o Douro vinhateiro, Património Mundial da Humanidade que é um dos ex-líbris do país e que, na sua opinião, podia ser também melhorado com a escolha do desenvolvimento do setor ferroviário.
“Esta escolha melhorava não só as condições de vida das populações como as condições de promoção do turismo e também a economia da região", disse.
De acordo o dirigente do Bloco, o governo tem de apresentar o Plano Nacional Ferroviário cujo finaciamento passa por Bruxelas através de fundos comunitários e a União Europeia já se mostrou disponível para tal.
"É preciso que Portugal tenha vontade de disputar esses fundos", afirmou.
"As nossas escolhas não podem ser condiconadas"
Para Pedro Flipe Soares, “o Estado não se pode desresponsabilizar desta vertente porque é necessário ter capacidade de investimento que não condicione as nossas escolhas", sublinhou.
O líder parlamentar referiu ainda que este ano Portugal tem um superavit primário de cinco mil milhões de euros depois de pagar pensões, salários e todos os outros gastos do Estado.
Realçou no entanto que se cruzarmos esses dados com os juros da dívida temos um défice de três mil milhões de euros.
“É preciso colocar este problema a nível europeu para resolver aquilo que tem atrasado e condicionado as nossas escolhas”, referiu.