Descendentes de sobreviventes do holocausto apelam ao fim do genocídio na Palestina

29 de janeiro 2024 - 10:06

No sábado, Dia em Memória do Holocausto, descendentes dos sobreviventes do Holocausto apelaram ao mundo que se mobilize para “acabar com o genocídio do governo israelita contra o povo palestiniano, possibilitado e apoiado pelo governo dos EUA”.

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Foto do movimento Jewish Voice for Peace.

Em comunicado, os descendentes dos sobreviventes do Holocausto, membros do coletivo Jewish Voice for Peace, sublinham que “o governo israelita deixou muito clara a sua intenção de destruir a vida palestiniana em Gaza”.

“Para justificar esta violência horrível, o governo israelita manipulou descaradamente o trauma do Holocausto”, escrevem.

Como descendentes, afirmam-se “indignados” pelo facto de a memória dos seus antepassados estar “a ser usada para justificar o mesmo tipo de horror infligido aos outros”.

“Gritamos contra este ataque genocida: Não em nosso nome! Como descendentes, reconhecemos que o genocídio não torna ninguém mais seguro. Não estamos sozinhos no nosso trauma e temos o dever coletivo de evitar que outros sofram danos semelhantes”, lê-se ainda na nota.

“Em vez de ignorar a lição principal do Holocausto - que Nunca Mais significa nunca mais para qualquer um”, e manipular o seu trauma para “apoiar uma guerra genocida”, escolhem “investir em valores judaicos”.

Afirmando que, coletivamente, “determinamos qual será o legado da memória do Holocausto”, os descendentes dos sobreviventes recusam-se a transformar a sua dor em armas e inscrever os nomes dos seus ancestrais nas “faturas de financiamento e nas bombas que são instrumentos de genocídio”.

Em alternativa, optam por “carregar as memórias dos ancestrais em ações que nos unem e nos protegem a todos”.

Para terminar, a palavra de ordem: “Palestina livre!”