A posição foi divulgada em comunicado, já depois de conhecidas as medidas de coação aplicadas ao ex-CEO Armando Pereira e outros arguidos no âmbito da "Operação Picoas" e na sequência da recusa pela Administração de um pedido de reunião urgente. A comissão de trabalhadores foi entretanto recebida pelo Ministro das Infraestruturas e reuniu-se com as várias Sub-CT locais, avaliando a situação na empresa e tomado posição sobre os efeitos para os trabalhadores das suspeitas de crimes graves na gestão do grupo.
A CT quer intervir na auditoria, invocando o direito legal das comissões de trabalhadores a exercer o controlo de gestão da empresa. E quer ainda conhecer "as razões objetivas da alegada culpabilidade dos trabalhadores suspensos de funções".
Neste contexto, aponta como prioridade "aferir o valor global em que a Altice foi penalizada – e por arrasto, a MEO – e terá de ser claro se a Administração tem alguma estratégia para reaver o valor alegadamente “perdido” e qual o reforço dos capitais próprios previstos para a consolidação da Empresa". Sublinhando que "a solvabilidade da empresa e a manutenção dos milhares de postos de trabalho não poderão estar em causa", a CT afirma pretender “avaliar que «remédios» a Administração estará a considerar para o futuro”.
A estrutura representativa dos trabalhadores da MEO afirma ainda que, dependendo das "conclusões que forem conhecidas" dos processos em curso e na perspetiva da defesa dos trabalhadores e das condições na empresa, "não exclui a possibilidade de agir judicialmente contra os alegados autores dos crimes".
A CT dá ainda nota da realização de uma Mesa Redonda, a realizar no próximo dia 9 de agosto, para a qual convidou todos os sindicatos da empresa.