As negociações entre a administração da Altice e os sindicatos tiveram mais uma ronda no passado dia 10 de fevereiro, com os donos da Meo a apresentarem o que dizem ser a sua proposta final: aumento de 3,5% nos vencimentos até 1.299 euros, de 2,3% para quem ganha entre 1.300 e 2.299 euros e de 2% para quem ganha mais de 2.300 euros, fixando o salário mínimo na empresa em 830 euros. A isso junta-se uma subida de 7 cêntimos no subsídio de refeição, que passa para 8,32 euros.
A proposta da administração presidida por Ana Figueiredo foi subscrita pelo STPT, com o seu dirigente Jorge Félix a justificar ao Eco que, “na medida em que não há perda dos direitos e garantias, para minimizar o impacto da inflação, decidimos subscrever a proposta”.
Por seu lado, a frente sindical composta por SINTTAV, SNTCT, STT, FE e Sinquadros fala de "uns míseros e vergonhosos aumentos" e não poupa críticas ao sindicato que aceitou aquela proposta. "Estes 'vendedores dos direitos dos trabalhadores', só não praticaram tais atos enquanto estiveram na Frente Sindical e por isso procuraram todos os pretextos para sair, porque com as 'mãos livres', estão à vontade para fazerem sempre o 'jeito ao patrão', situações que certamente terão um preço, qual é não se sabe", acusam, criticando-ospor terem aceitado "as migalhas que lhe foram apresentadas, que representa menos de 1% dos lucros" da empresa.
"A Frente Sindical transmitiu que já viu muita coisa nas mesas negociais, mas como este ano
nunca, em que um sindicato (stpt) tem o desplante de apresentar propostas inferiores às do
“patrão”, como está demonstrado no quadro e consta em ata", afirmam no comunicado que resume as propostas apresentadas na mesa de negociações.
Quanto à proposta apresentada pela administração da Altice, a frente sindical diz que esperava "muito mais de uma empresa que tem muitos milhões de lucros à custa de quem produz a riqueza (os trabalhadores) para os donos do capital e por isso era expectável que a equipa negociadora apresentasse uma reformulação séria que pudesse servir de base para o caminho de um Acordo, mas isso não aconteceu".
Ao contrário da administração, as propostas da frente sindical para os aumentos traduziram-se sempre em valores absolutos e não em percentagens. A última proposta apresentada defendia o salário mínimo de 850 euros, aumento de 65 euros para salários até 1.500 euros, de 60 euros para o escalão entre os 1.501 e 2.500 e de 55 euros para o escalão acima dos 2.500 euros. E no que respeita às progressões, aumentar mais 100 às 300 que a administração propôs.
Agora, a frente sindical vai reunir dirgentes, delegados e ativistas sindicais no próximo dia 24 de fevereiro para analisar a proposta ao que a empresa diz ser a sua última proposta. Seguir-se-ão plenários de trabalhadores para decidir quais as ações de luta que se seguirão.