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Che Guevara foi assassinado há 50 anos

No dia 9 de outubro de 1967, em La Higuera, na selva da Bolívia, o histórico guerrilheiro e pensador revolucionário foi morto pelo exército boliviano. Companheiro de Fidel Castro, lutava para estender a revolução socialista a todo o continente latino-americano.
“Guerrillero Heroico”, foto de Alberto Korda, 5 de março de 1960. Esta é a histórica fotografia, no seu formato original, que deu origem à figura icónica e estilizada de Che Guevara.
“Guerrillero Heroico”, foto de Alberto Korda, 5 de março de 1960. Esta é a histórica fotografia, no seu formato original, que deu origem à figura icónica e estilizada de Che Guevara.

No dia em que se assinalam os 50 anos da morte de Ernesto Che Guevara, republicamos os artigos de um dossier do Esquerda.net dedicado ao guerrilheiro, pensador marxista e figura central da Revolução Cubana. A sua acção e as suas reflexões marcaram incontornavelmente a história do século XX. Hoje, mantém-se controversamente como um herói revolucionário, ícone da esquerda e inspiração para a mudança e justiça social.

Che Guevara chegou à Bolívia, clandestinamente, em Novembro de 1966. Na altura, este país da América-Latina encontrava-se sob o jugo de uma ditadura militar, chefiada por René Barrientos. Depois de uma longa e mal sucedida campanha na selva boliviana (durante a qual os guerrilheiros acabaram derrubados pelas tropas do governo, depois de implacavelmente perseguidos e muitas vezes denunciados, falhando na busca do apoio dos camponeses pressionados pelo exército e pela fome, e não contando com o apoio do Partido Comunista Boliviano, então liderado por Mario Monje), a sua "revolta" na Bolívia acabou abruptamente. A 7 de outubro de 1967, Che e os membros sobreviventes de seu grupo foram emboscados e capturados. Dois dias depois, no dia 9 de outubro, Che Guevara foi mandado executar pelo exército boliviano, que agia sob ordens e o treinamento da CIA. Tinha 39 anos.

Começamos com um completo documentário biográfico, Che Guevara - Hasta la Victoria Siempre, de Ferruccio Valerio (Parte 1 e Parte 2). Em “A memória e a tradição dos oprimidos”, o filósofo Michael Löwy resgata o pensador inovador do marxismo latino-americano. Numa entrevista, a cubana Celia Hart fala sobre o recém-publicado livro de Che, Apontamentos Críticos ao Manual de Economia Política da URSS, que permaneceu inédito por quase 40 anos. O coordenador do MST do Brasil, João Pedro Stédile, escreve sobre o legado de Guevara, e a filha, Aleida, recorda o pai nos seus Diários de Motocicleta. Numa suprema ironia da história, o soldado que, há 50 anos, matou Che Guevara recuperou a visão graças a uma equipa de médicos cubanos. Sugerimos ainda uma selecção de vídeos e links.

Por fim, incluímos originalmente três últimas sugestões, para ver e para ler: o filme de Steven Soderbergh, CHE (2008), com Benicio Del Toro a interpretar o papel de Ernesto Che Guevara. Este longo filme, dividido em duas partes, baseia-se sobretudo nos dois textos-diários que o guerrilheiro escreveu em dois períodos fundamentais do seu percurso, publicados e disponíveis em tradução portuguesa, a saber, Che, o Argentino. Relatos da Revolução Cubana (Tinta da China, 2009) e Che - Guerrilha. Diário da Bolívia (Tinta da China, 2009).

CHE Trailer (2008) - The Criterion Collection

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