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Centenas de pessoas marcharam pelo emprego em Sines

Em protesto contra os abusos laborais no complexo industrial de Sines, centenas de pessoas participaram num cordão humano que cumpriu distâncias mínimas de segurança entre manifestantes. Catarina Martins criticou a Galp por despedir precários enquanto distribui 300 milhões em dividendos.
Catarina Martins
Catarina Martins na Marcha pelo Emprego, em Sines. Foto de Duarte Gonçalves

Catarina Martins marcou presença esta quinta-feira na marcha pelo emprego, em Sines, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE), em solidariedade com a luta de muitos trabalhadores e trabalhadoras que estão a ser despedidos neste momento de pandemia.

A iniciativa foi decidida em plenário de trabalhadores e juntou mais de uma centena de profissionais do complexo industrial de Sines, num cordão humano que se deslocou do Jardim das Descobertas até ao Jardim da República. Segundo declarações de um representante do sindicato à Rádio Sines, “milhares de trabalhadores ficaram desempregados, muitos deles sem direito ao subsídio de desemprego", trata-se essencialmente de “trabalhadores temporários e em outsourcing que foram dispensados durante o período de confinamento por causa da pandemia de covid-19”.

O acesso ao subsídio de desemprego e a reintegração de muitos trabalhadores despedidos constam entre as reivindicações dos manifestantes, que denunciam também que depois do despedimento de trabalhadores dos quadros já foram contratados precários para as mesmas funções. Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, também esteve presente.

Mrcha pelo emprego em Sines

"Trabalhadores a prazo devem ver os seus contratos prolongados”

Catarina Martins destacou as lutas realizadas anteriormente para a integração de trabalhadores precários, uma reivindicação antiga e que agora demonstra a sua razão, pois os precários foram “os primeiros a ser dispensados”. Uma parte deles “estavam numa refinaria da Galp, em Sines, a mesma Galp que distribuiu 300 milhões de euros em dividendos” e que agora “despediu os seus trabalhadores precários”.

A coordenadora do Bloco defendeu o emprego e os direitos dos trabalhadores como prioridade, “pois só assim é que ultrapassamos a crise social e só assim teremos capacidade para reconstruir a economia”. E destacou que é inaceitável permitir a distribuição de dividendos em empresas que estão a despedir os seus trabalhadores. “Os trabalhadores precários, os trabalhadores a prazo, devem ver os seus contratos prolongados”, tal como os contratos de arrendamento foram prolongados para que ninguém ficasse sem casa em plena crise.

Catarina Martins relembrou as propostas do Bloco de Esquerda para proibir a distribuição de dividendos e o despedimento de trabalhadores, obrigando ao prolongamento dos contratos de trabalho a prazo em todas as empresas que têm lucros ou que recebem apoios públicos.

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