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“Brilharetes com défice não respondem a dificuldades das famílias”
No debate com o primeiro-ministro, esta quarta-feira na Assembleia da República, Catarina Martins sublinhou que “brilharetes com o défice não respondem às dificuldades que as famílias estão a sentir”.
A propósito das notícias do dia sobre a correção do défice do ano passado, a coordenadora do Bloco critica que o governo tenha decidido “não gastar 3,5 mil milhões de euros em 2022 para continuar a fazer brilharetes com o défice”. Isto “ao mesmo tempo” que “um trabalhador da administração pública já perdeu um mês de salário e arrisca-se a perder mais um este ano”.
Com a taxa de inflação de 2022 a ser corrigida em alta, foi afinal 7,8% e não 7,4% como o governo previa, a porta-voz bloquista questionou diretamente António Costa: “vai o governo aumentar os salários de acordo com a inflação e com retroativos?”
Este concedeu que os salários dos funcionários públicos teriam de ser corrigidos mas não quis avançar com os termos desta correção porque “o direito à negociação coletiva implica o respeito pelos sindicatos e a primeira proposta será apresentada aos sindicatos”.
Sobre a possibilidade de redução do IVA em bens alimentares, a dirigente bloquista pensa que esta “não pode servir para continuar a aumentar os lucros já astronómicos das grandes empresas”. Nota que “há cadeias de distribuição que chegam a cobrar mais de 50% do custo original de alguns produtos essenciais, mas o governo insiste em não controlar os preços”. E lembra que “o Bloco tinha já proposto uma redução do IVA, por exemplo, no caso da energia”.
Outro dos temas que o Bloco decidiu trazer a este debate foi o programa de habitação do governo que Catarina Martins considerou ser “sem metas”, fazer "o jogo dos benefícios fiscais" sem "nenhuma medida para melhorar o acesso à habitação" e não passar assim “de um mau powerpoint”. Explicou que o pacote de medidas habitacionais para o governo “continua a subsidiar os preços exorbitantes, mantém os benefícios fiscais e não tem nenhuma medida para de facto descer os custos da habitação”.
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