Bolsas de Contratação de Escola lançam mais confusão nos concursos

13 de setembro 2014 - 22:58

O resultado da ordenação dos professores nas listas conhecidas esta sexta-feira está a surpreender os professores. Os erros e a falta de transparência dos critérios definidos pelas escolas, que pesam o mesmo que a graduação profissional, levaram a Fenprof a pedir a demissão de Crato. Esta segunda-feira às 15h há um "meet no MEC", convocado por um grupo de professores nas redes sociais,

PARTILHAR
As mudanças de Nuno Crato nas ofertas de escola introduziram ainda mais injustiça na contratação de professores. Foto Paulete Matos

“Depois da confusão criada com os resultados dos concursos de Contratação Interna já não acreditava que a situação se pudesse tornar mais caótica, mas tornou”, lamentou César Israel Paulo, da Associação Nacional dos Professores Contratados (ANVPC), em declarações ao Público. De facto, o resultado da ordenação dos professores na Bolsa de Contratação de Escola, que substitui as anteriores ofertas de escola, foi para muitos uma surpresa.

“Conhecidas as listas, verifica-se que a desvalorização da graduação profissional dos docentes - que passou a ter um peso de apenas 50% - levou a profundas alterações relativamente às listas graduadas nacionais, com professores a descerem muitas centenas de lugares e outros, naturalmente, a ultrapassarem os seus colegas, o que está a constituir motivo de grande protesto dos professores”, diz o Secretariado da Fenprof no comunicado em que volta a pedir a demissão de Nuno Crato como um “ato de sensatez”.

A Fenprof lamenta que o ministro não tenha ouvido os sindicatos sobre os “erros e ilegalidades” nas colocações e diz que viu confirmadas “as potenciais injustiças e ultrapassagens” nestas bolsas de contratação de escolas. A organização sindical continua a defender que “sendo verdade que não há critérios perfeitos, a graduação profissional é, de todos, o menos imperfeito”, pelo que “só o concurso nacional garante equidade e justiça nas colocações, sendo também a opção mais célere para a colocação de professores nas escolas”.

Com a desvalorização da graduação profissional, que passa a ter apenas 50% do peso da classificação final, as diferenças em relação às listas nacionais foram enormes. “Há casos estranhíssimos, como o de uma professora que está em 5.º lugar a nível nacional e que na bolsa de uma determinada escola foi ultrapassada por uma colega que está em 405.º”, exemplificou o líder da ANVPC.

Nas redes sociais, os professores também têm deixado bem expressa a sua indignação e começam a lançar-se suspeitas sobre a possibilidade de haver conhecimento antecipado dos critérios pretendidos por determinadas escolas, favorecendo assim professores sem experiência e com notas baixas, em detrimento de outros com maior experiência e média final de curso mais alta.

Um grupo de professores marcou um “meet no MEC” esta segunda-feira às 15h para protestar em frente ao Ministério a Educação contra “o caos que Nuno Crato lançou no processo de colocação de professores”.