O Bloco de Esquerda de Lisboa anunciou o voto contra a proposta do executivo municipal liderado por Carlos Moedas de um “empréstimo ruinoso” à banca comercial no valor de 83 milhões de euros para financiar intervenções em escolas pelo qual pagará 24 milhões em juros.
Em comunicado, a estrutura concelhia do partido afirma tratar-se do segundo grande empréstimo pedido este ano pela Câmara Municipal de Lisboa, o que seria uma “prova de descontrolo orçamental”. As contas que mostram suportar esta conclusão indicam que em 2024, o orçamento da CML foi “o maior de sempre – 1.300 milhões de euros com a receita de impostos diretos a aumentar 9%, as transferências correntes quase 30% e a receita da taxa turística a duplicar. Mas, apesar disto, “o buraco nas contas de 2023 é de 18,6 milhões de euros e as candidaturas das escolas aos fundos do PRR não foram preparadas, desperdiçando esse apoio”. O que é considerado “incúria”.
Recorda-se que, no mandato anterior, o vereador do Bloco de Esquerda encomendou ao LNEC um relatório sobre as necessidades de requalificação das escolas e que “esse trabalho foi entregue ao executivo de Carlos Moedas que, mesmo assim, falhou”.
Moedas pediu empréstimo ruinoso de 84M€
é má gestão orçamental, pede empréstimo ao Santander, mas gasta:
70 M€ devolução IRS mais ricos
10 M€ apoio Rock in Rio +Web Summit
34 M€ JMJ
e isso não é tudo, segue o fio🧶 pic.twitter.com/QoP9BXs0sy— Ricardo Moreira (@ricardosmoreira) June 21, 2024
O valor a pagar em juros é avaliado como uma “gestão ruinosa”. E, para o Bloco, nessa categoria enquadram-se ainda os recursos que a CML “esbanjou para projetar a imagem do seu presidente; 70 milhões de euros de IRS devolvido aos munícipes com rendimentos mais elevados; 10 milhões de isenção de taxas à Web Summit e ao Rock in Rio; 34 milhões perdidos nas Jornadas Mundiais da Juventude”, uma propaganda que “sai demasiado cara a quem vive e trabalha em Lisboa”.