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BES: Finantial Times questiona supervisão do Banco de Portugal

Num artigo publicado esta quinta feira, o Finantial Times (FT) avança que documentos a que o jornal teve acesso revelam que “o Banco Espírito Santo emprestou secretamente dinheiro, durante dois anos, ao seu acionista maioritário, levantando dúvidas sobre a supervisão do Banco de Portugal a um credor que acabou por sofrer um dos maiores colapsos financeiros da Europa”.
Foto de Paulete Matos.

De acordo com o FT, o financiamento do BES ao Grupo Espírito Santo através de holdings do Panamá já existia desde 2012. O jornal refere que a instituição liderada por Ricardo Salgado usou o banco que o Espírito Santo Financial Group tinha no Panamá para financiar, indiretamente, a Espírito Santo International (ESI), que detinha indiretamente 25% do BES. Este empréstimo não foi declarado nos relatórios de contas do banco.

“Esta exposição à dívida tóxica do ESI – detido pela família Espírito Santo – levou ao resgate do BES em agosto. Mas, apesar de o Banco de Portugal ter afirmado na altura que tinha detetado 'financiamentos fraudulentos' envolvendo companhias não financeiras do Grupo Espírito Santo, só agora ficamos a saber que um esquema de empréstimos através do Panamá esteve ativo durante vários anos”, noticia o FT.

"Embora o Banco de Portugal tenha afirmado em maio que detetou problemas de contabilidade na ESI, até o colapso do BES, garantiu repetidamente aos investidores que o credor foi isolado dos problemas das companhias da família Espírito Santo. Em junho, o banco vendeu mil milhões de euros em novas ações. Os investidores que subscreveram a venda foram arrasados em dois meses”, acrescenta o jornal britânico.

O FT lembra ainda que, no início deste mês, “a KPMG e o Banco de Portugal trocaram recriminações sobre quando a consultora alertou o banco central relativamente à extensão total das perdas que precipitaram o colapso do BES”.

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