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BES: Draghi elogia operação que está agora sob suspeita na bolsa
Em conferência de imprensa esta quinta-feira, Mario Draghi elogiou a "eficácia e rapidez" com que o Governo, o Banco de Portugal e a Concorrência Europeia agiram depois do próprio Banco Central Europeu ter anunciado o iminente corte do seu financiamento ao BES.
Draghi insistiu que "não há dinheiro público envolvido" e deu uma explicação original: "As diferenças entre o preço da recapitalização do Novo Banco e o valor da venda futura terão de ser suprimidas pelo banco e não pelo Estado".
Citado pela agência Lusa, o presidente do BCE sublinhou a ideia de que "o que poderia ter sido um incidente sistémico é agora um incidente restringido aos donos do banco". Quanto a quem vai pagar a conta no caso do Novo Banco ser vendido por um valor inferior ao da recapitalização paga pelos contribuintes, Draghi insistiu que "não há dinheiro público envolvido" e deu uma explicação original: "As diferenças entre o preço da recapitalização do Novo Banco e o valor da venda futura terão de ser suprimidas pelo banco e não pelo Estado".
CMVM quer saber quem tinha conhecimento da resolução do banco enquanto se compravam e vendiam ações na bolsa
Segundo a agência Lusa, só nos últimos 42 minutos de negociações em bolsa das ações do BES, na sexta-feira, foram vendidas 83 milhões de ações do banco, o que corresponde a uma em cada oito ações transacionadas após a divulgação dos prejuízos do BES na quarta-feira à noite.
Só na quinta-feira, quando o Conselho de Ministros aprovava por email o quadro legislativo da resolução do banco, foram transacionadas 419 milhões de ações do BES e na sexta-feira 145 milhões, com o valor das ações a cair 62%.
Ainda não é conhecido o número total de pessoas que tiveram acesso à informação de que o BES iria sofrer a intervenção do Estado, entre ministros e membros dos gabinetes, técnicos jurídicos do Governo e do Banco de Portugal que prepararam a legislação a aplicar no fundo de resolução bancária
Ainda não é conhecido o número total de pessoas que tiveram acesso à informação de que o BES iria sofrer a intervenção do Estado, entre ministros e membros dos gabinetes, técnicos jurídicos do Governo e do Banco de Portugal que prepararam a legislação a aplicar no fundo de resolução bancária para preparar a operação anunciada no domingo. Mas é certo que pelo menos algumas dezenas de pessoas dispunham da informação de que o valor das ações do BES iria esfumar-se no fim de semana, sem que essa informação tivesse resultado na imediata suspensão das transações bolsistas.
A CMVM já abriu um inquérito para uma "investigação aprofundada da negociação dos títulos do BES, nomeadamente, no dia 1 de agosto, para apurar a eventual existência de indícios de violação do dever de defesa do mercado e/ou de crime de utilização de informação privilegiada até ao momento em que a CMVM determinou a suspensão da negociação”.
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