Está aqui

Barragens: Bloco começa campanha em Miranda para exigir imposto que EDP deve ao país

Catarina esteve com o movimento Terras de Miranda, que defende que os 110 milhões em dívida fariam “toda a diferença nesta região despovoada e abandonada pelo poder central”. Coordenadora bloquista sublinhou que “a história da EDP é uma história de privilégio, de bloco central e de portas giratórias”.
Foto de Pedro Gomes Almeida.

Catarina Martins frisou este sábado que não só o imposto de selo da venda das barragens deve financiar o plano de desenvolvimento da região como deve ser clarificado que as barragens têm de pagar IMI, e que o dinheiro tem de ficar nestes concelhos.

De acordo com o movimento Terras de Miranda, os 110 milhões de euros de imposto de selo que estão em dívida fariam “toda a diferença nesta região despovoada e abandonada pelo poder central”.

“Vivemos um país muito desigual, mas a verdade é que não há razão para que assim seja. Aqui está uma das maiores riquezas do país, e aqui produz-se energia que alimenta todo o território. Não se justifica que quem aqui vive não veja nenhuma da riqueza que aqui é produzida”, vincou a coordenadora bloquista.

De acordo com Catarina, “o negócio das barragens é um símbolo da economia de privilégio que ataca as possibilidades reais do país se desenvolver”.

“Sabemos como é que começou, lembramo-nos de Manuel Pinho e do contrato ‘favor’ de concessão de 27 barragens à EDP, que está a ser investigado pelo sistema judicial. Mas não esquecemos que agora, quando a EDP decidiu vender seis barragens, o Governo não cobrou o imposto de selo que a EDP tinha de pagar. Já há um ano que perguntamos porque é que a EDP não paga os 110 milhões de euros que deve ao povo das terras de Miranda”, afirmou a dirigente do Bloco.

Catarina lembrou ainda que “a EDP lucrou 2.200 milhões de euros com o negócio”: “Toda a gente paga os seus impostos. Não podemos ter um país em que quem trabalha paga a sua parte e nestes grandes negócios há sempre o privilégio e não pagam o que devem”, enfatizou.

A história da EDP é, segundo a coordenadora bloquista, “uma história de privilégio, de bloco central e de portas giratórias”. “Dezoito ex-ministros e ex-secretários de Estado do PS e do PSD passaram para cargos de direção na EDP. E temos não só os processos antigos em que a justiça deve fazer o trabalho, mas também este negócio que tem pouco mais de um ano”, em que foi dada uma borla à EDP e “o Governo não soube explicar porquê, continuou Catarina.

A coordenadora bloquista defendeu que “Portugal não pode ser este país desigual”. “Nesta economia, em que quem trabalha se esforça tanto e paga os seus impostos, há grupos privilegiados que nunca pagam a sua parte e vivem de rendas garantidas pelo Estado”, apontou.

E concluiu: “O interior não tem de ficar sem recursos e sem gente, o que temos é de ter uma economia justa e combater a economia do privilégio que tem vindo a afundar o país na desigualdade”.

Este sábado, a sessão em Miranda do Douro, com participação de Catarina Martins, Mariana Mortágua e do movimento Terras de Miranda teve sala cheia.

 

Termos relacionados Legislativas 2022, Política
(...)